Alguns dias antes, em 19 de março, os EUA começaram a guerra contra o Iraque. Está fazendo exatamente dez anos hoje.
Por que eu resolvi, dez anos atrás, expor minha indignação num velho DKW diante de tanta gente e correndo o risco de ter minha credencial cassada pela FIA, que não admite manifestações políticas de nenhuma espécie?
Talvez porque eu soubesse que a guerra, qualquer guerra, resultaria nisso aqui. Não abra se não tiver estômago. É um post do blog da Cynara Menezes que mostra, com fotos chocantes, o lado dos vencedores.
Imagine o que aconteceu com os perdedores.
“STOP BOMBING IRAQ”, pedia o valente DKW diante das câmeras da FOM e de milhares de pessoas nas arquibancadas que estavam achando os bombardeios lindos — não tenho ilusões, esse público da F-1, em sua maioria, acha que os EUA têm o direito de invadir e bombardear quem quiserem para que possam ter o direito de ir todos os anos a Miami comprar Tylenol no Walgreens, roupas da GAP nos outlets e comer frango no Hooter’s.
Foi em vão, claro. Apenas uma manifestação muito pessoal para não ficar quieto diante da iniquidade, sabendo obviamente que seria em vão. Um DKW em Interlagos não tem a capacidade de parar uma guerra, sequer é um elemento multiplicador. Essas coisas, por mais que pareçam destemidas, engajadas e corajosas, no fim são sempre em vão.