Blog do Flavio Gomes
F-1

HABEMUS MELBOURNE (3)

SÃO PAULO (dormir, eu?) – Adoro uma chuvinha. Uma chuvona, então, é melhor ainda. E assim começou o sábado australiano, embaralhando tudo e dando um tapa de luva molhada em quem reclamou dos dois dias de aguaceiro em Barcelona, “que não serviram para nada”. E chovia tanto na hora da abertura dos boxes, que a […]

aus2013cSÃO PAULO (dormir, eu?) – Adoro uma chuvinha. Uma chuvona, então, é melhor ainda. E assim começou o sábado australiano, embaralhando tudo e dando um tapa de luva molhada em quem reclamou dos dois dias de aguaceiro em Barcelona, “que não serviram para nada”.

E chovia tanto na hora da abertura dos boxes, que a direção de prova atrasou o início da classificação em dez minutos. Poças para todos os lados, condições críticas para andar colado nos muros de Albert Park. Aí, mais dez. Depois, mais dez. Um daqueles dias…

Até que 30 minutos depois do horário previsto, para alegria de quem estava com sono, a bagaça começou.

Com uma equipe a menos, a degola no Q1 e no Q2 passou a contemplar seis carros por vez. Com muita água e um spray de apavorar, Van der Garde foi o primeiro a perder um pedaço de asa. Massa foi o segundo. O brasileiro bateu forte e entortou o carro inteiro. Hamilton rodou, atolou e voltou. Passeios na grama e na brita foram fartos.

Nos últimos dez minutos, a pista começou a ficar menos pior, deixando Felipe em situação incômoda: com o carro todo arrebentado nos boxes, vendo a turma melhorar os tempos. Mas a Ferrari trabalhou rápido e ele conseguiu voltar para a pista. Alguns colocaram pneus intermediários e se deram bem numa breve janela de chuva um pouco menos forte, na parte final da sessão. Então Pic e Gutiérrez bateram e nada mais poderia mudar, com bandeiras amarelas por todos os lados.

No fim das contas, ficaram de fora os que normalmente ficariam, mesmo sob um sol senegalesco: os dois da Caterham, Pica e Van Der Lei, os dois da Marussia, Chita e Julinho Branquinho (o melhor dos quatro, porque é bem melhor mesmo), e os dois restantes que, ao longo do ano, vão se revezar entre várias equipes. Hoje foram Maldanado e Estevão Gutierros.

Na frente, com tempos bem díspares, Rosberguinho, El Fodón de Las Astúrias, Grojã, Chapolim, Canguru e Massacrado. Sapattos foi o único estreante a escapar da degola.

Como a chuva apertou, atrasaram o início do Q2 em mais dez minutos. Só que dez minutos não seriam suficientes, claro, pela força da água e do vento. Aí mandaram mais 20. E depois mais 20. E o manto da noite se aproximando. Se no claro já era ruim com tanta água, imagine no lusco-fusco. Se nada mais acontecesse, o treino seria retomado quase às 7 da noite melbúrnica.

Mas não deu. Escurecendo, pista molhada, arquibancadas abandonadas, e a direção de prova avisou: Q2 e Q3 a partir das 11h da manhã de domingo, 21h de hoje, sábado, para nosotros en Brasil. Os pilotos, que gastaram seu tempo livre entrando e saindo dos carros, colocando e tirando as balaclavas, acharam ótimo. Foram todos jantar mais cedo.

Não foi a primeira vez que uma classificação passou para o domingo. Não lembro bem o ano, mas teve uma dessas em Suzuka, por conta da passagem de um tufão.

Agora vamos para Interlagos. Não deu para dormir, paciência. Café resolve.