Blog do Flavio Gomes
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SÃO PAULO (jisuis) – Não tenho nada contra funk, exceto ter de escutar. E não é “preconceito de classe” porque se trata de “música de periferia” etc. É porque acho ruim, mesmo. Tocada na periferia ou num palácio em Monte Carlo. Acho uma merda. Como acho um monte de coisa ruim, e outro monte de […]

SÃO PAULO (jisuis) – Não tenho nada contra funk, exceto ter de escutar. E não é “preconceito de classe” porque se trata de “música de periferia” etc. É porque acho ruim, mesmo. Tocada na periferia ou num palácio em Monte Carlo. Acho uma merda. Como acho um monte de coisa ruim, e outro monte de coisa boa. Temos o direito de achar algumas coisas boas e outras ruins.

No caso de funk, acho ruim. Mas gosto de rock, Bossa Nova e de samba. Detesto “sertanojo”. Mas acho legal música caipira de raiz. Há quem goste de funk e não goste de rock. Há quem goste de pizza (eu) e quem prefira brócolis (outros).

Portanto, para não ser mal compreendido, o que escrevo aqui é algo que tem a ver apenas com uma questão de gosto.

A Mercedes, claro, pode usar a música que achar mais apropriada para seus comerciais. Em geral, produtos têm seus perfis e seus públicos. Existe coisa cara e coisa barata. Coisa chique e coisa brega. Coisa sofisticada e coisa simples. Tem de tudo no mundo, e isso é ótimo.

Aparentemente, o marqueteiro que bolou esse negócio aí em cima recebeu um “briefing” da montadora: queremos atingir o público jovem. OK. A agência deve ter feito uma pesquisa e concluído que público jovem gosta de funk. Assim, funk = público jovem. Por conseguinte, comercial de Mercedes com funk = esta é a forma de vender o carro para o público jovem.

Mas esse funk que usaram para vender o novo Classe A é uma merda. Dá para existir música pior?

O carro vai ser vendido em duas versões. Uma delas custa 99.990 dinheiros, o modelo A200 Turbo Style. O A200 Turbo Urban sairá por 109.900 mangos. Acho tão ruins quanto “lek lek” esses nomes bobos, “Turbo Urban”, “Turbo Style”. São como “cyber laundry” e “meeting room”.

Em resumo, acho que “lek lek” não combina com a imagem que a Mercedes sempre cultivou para seus carros. Nem sempre simpática, diga-se. Eu, por exemplo, acho Mercedes carro de velho rico, via de regra. Esse é o público desses carros: velho rico. Como gosto mais de Audi, DKW e Volkswagen, e somos rivais da Mercedes, então posso achar Mercedes carro de velho rico e dane-se.

Agora, depois desse comercial aí, passei a achar Mercedes carro de velho rico vendido por quem acha que entende o que os jovens querem.

Ah, meninos do marketing e da agência, tem um detalhezinho… Jovens, gostem eles de funk ou de música clássica, não têm 100 paus para gastar num carro. A não ser que peçam para seus pais velhos e ricos. E se os pais deles, velhos e ricos, souberem que eles escutam “lek lek”, não darão dinheiro para comprarem carros de 100 paus.

Sacaram?

ATUALIZANDO…

O brother Vitor Matsubara-san da “Quatro Rodas” ouviu os publicitários. A palavra de ordem agora é “impactar”.