Blog do Flavio Gomes
F-1

CANADIÈNNES (2)

SÃO PAULO (é hoje) – Tenho um certo prazer sádico quando treinos e corridas acontecem nas condições de hoje em Montreal. Chuva que vai e vem, pista que melhora e piora, interrogações nas cabeças de pilotos e engenheiros e um quase caos. Que acabam dando em coisas como: Bottas em terceiro. Genial. Ou: Button em […]

labattsblueSÃO PAULO (é hoje) – Tenho um certo prazer sádico quando treinos e corridas acontecem nas condições de hoje em Montreal. Chuva que vai e vem, pista que melhora e piora, interrogações nas cabeças de pilotos e engenheiros e um quase caos.

Que acabam dando em coisas como: Bottas em terceiro.

Genial.

Ou: Button em 14° e Massa em 16°.

Ruim para eles, bom para a corrida. Embora, no que diz respeito à McLaren, milagres não devam ser esperados. Mas de Button, talvez. Ainda mais em Montreal.

Ou ainda: Alonso em sexto e Raikkonen em nono.

Ruim, igualmente, para ambos. Mas ótimo para a corrida de novo. Porque eles vão ter de sair à caça de Vettel, o pole, com duas Mercedes no meio do caminho.

Ou ainda mais: duas Toro Rosso entre os dez primeiros.

Esse Verme aí é bom. O Ricardão também não é ruim. Mas serão coadjuvantes, não se espere demais de nenhum dos dois.

A não ser que chova. Aí a gente pode esperar qualquer coisa.

Eu tinha apostado, terça-feira na TV, num pódio com Hamilton, Alonso e Raikkonen. Não vai dar isso, não. Vettel fez a pole com a categoria de sempre no molhado. A gente não fala muito disso, mas Tiãozinho é um dos melhores de todos os tempos do universo na chuva. Sempre achei.

Hoje, todos tiveram algum grau de dificuldade no Canadá. Já de cara, o treino livre da manhã foi cortado pela metade porque houve um acidente numa corrida de apoio e os caras demoraram para arrumar o guard-rail.

Meia hora a menos de treino na chuva faz falta, mas tudo bem. Na sexta tinha chovido também e todos andaram bastante.

Q1 com chuva fraca, moderada, a degola contemplou Di Resta, Pic, Grosjean, Bianchi, Chilton e Van der Garde. Grojã ainda vai perder dez posições no grid. Larga em 29°, atrás do medical car. Surpresa aí, apenas a presença de Resta Um, que tinha andado bem forte na sexta. A primeira do dia.

No Q2, a chuva apertava e relaxava, e os minutos finais foram engraçados, com todo mundo saindo dos boxes para dois minutos de pista depois da bandeira vermelha causada pelo acidente de Massa. O brasileiro derrapou na tentativa de salvar uma volta, rodou e bateu. Nunca foi um mestre das águas, hoje não foi de novo. Errou, acontece, seca o macacão e vamos à luta. Hülkenberg, Pérez, Maldonado, Button e Gutierrez juntaram-se a ele na segunda série de decapitações.

Aí, a destacar, o fato de o devorador de tacos partir na frente de Bonitton novamente. O resto, mais ou menos normal — considerando que já falamos aqui da surpresa de ver os dois tororrôssicos entre os dez primeiros.

O Q3 foi curioso porque a pista mudou bastante naqueles parcos minutos. E aí Vettel mostrou sua frieza no molhado, assim como Hamilton, igualmente bom de chuva. Mas bom mesmo, bom pacas, foi Bottas. Conseguir colocar essa carroça da Williams no Q3 já seria façanha digna de nota. Ficar em terceiro, é quase um milagre. Que será comemorado com a austeridade de sempre pela Williams. Uma garrafa de Sidra Cereser para ele. Para ele e para dividir com os mecânicos.

Rosberg em quarto, seguido por Webber, Alonso, Vergne, Sutil no laço, Raikkonen e Ricciardo fecharam os dez primeiros. Os dois últimos perderam duas posições cada no grid por alinharem de forma incorreta na saída do pit lane na hora da muvuca. Não muda muita coisa.

A corrida é totalmente imprevisível. Mas Vettel, pela pole, e se chover, me parece o mais forte candidato à vitória. Foi a terceira pole seguida dele em Montreal, 39ª na carreira. Pena que não vai dar para ver a prova inteira pela TV.