Blog do Flavio Gomes
Futebol

DJALMA

SÃO PAULO – Conheci em 2002 esse homem elegante, altivo, quando fui buscá-lo em Congonhas para um evento na Portuguesa. De calças brancas, paletó creme, camisa engomada, nó da gravata bem dado, me esperava no saguão anônimo, sem ser reconhecido por ninguém. Normal. Djalma Santos foi o maior lateral da história num tempo em que […]

SÃO PAULO – Conheci em 2002 esse homem elegante, altivo, quando fui buscá-lo em Congonhas para um evento na Portuguesa. De calças brancas, paletó creme, camisa engomada, nó da gravata bem dado, me esperava no saguão anônimo, sem ser reconhecido por ninguém. Normal. Djalma Santos foi o maior lateral da história num tempo em que não havia TV. Nunca foi uma celebridade. Foi, apenas, o maior lateral da história.

Levei-o ao Canindé. Tremendo, eu. Como é que um cara como o Djalma Santos pode entrar no meu carro? Sentar nesse banco aí? Nem preciso dizer que esse carro jamais será vendido. O couro do banco, jamais trocado.

Nunca fiquei tão perto de alguém tão importante. Eu tremia e fingia que estava tudo bem e tranquilo. E ele lá, sorridente no trânsito da metrópole, me agradecendo pelo convite, pela singela homenagem que a Portuguesa faria a ele, pelos 50 anos do primeiro Rio-São Paulo.

Dez anos e duas Copas como jogador da Lusa, mais dez anos de Palmeiras, dois de Atlético Paranaense e mais de uma centena de jogos pela seleção. Muca, Nena e Noronha; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho, Renato, Nininho, Pinga e Simão. O maior esquadrão da história da Portuguesa. Dele fez parte o maior lateral de todos. Só isso justifica a existência do meu time e o amor incondicional por ele.

Glória eterna a esse deus da bola.