Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

E AGORA, GORDO?

SÃO PAULO (de peso) – Passou quase batida a notícia de anteontem, mas ela é importante o bastante para que a gente fale dela aqui. Juan Pablo Montoya, nosso gorducho preferido, não vai permanecer na Chip Ganassi no ano que vem. O time avisou que não vai renovar seu contrato e pode ser que a […]

SÃO PAULO (de peso) – Passou quase batida a notícia de anteontem, mas ela é importante o bastante para que a gente fale dela aqui. Juan Pablo Montoya, nosso gorducho preferido, não vai permanecer na Chip Ganassi no ano que vem. O time avisou que não vai renovar seu contrato e pode ser que a aventura do colombiano na Nascar tenha terminado.

Os resultados, convenhamos, foram pífios. Duas vitórias em mais de 200 corridas, ambas em circuitos mistos. Campeão da Indy em 1999, depois do título na F-3000 em 1998, Montoya foi um dos principais protagonistas da F-1 no início deste século. Disputou 94 GPs entre 2001 e 2006 e foi terceiro colocado no Mundial em 2002 e 2003. Ganhou sete corridas, foi ao pódio 30 vezes, fez 13 poles, 12 voltas mais rápidas e só andou em time grande, Williams e McLaren.

Em 2006, no meio do ano, surpreendeu todo mundo e anunciou que estava deixando a categoria para correr nos EUA. Na época, a brincadeira preferida de seus detratores era dizer que ele tinha escolhido um campeonato em que, finalmente, caberia dentro do carro sem ter de fazer regime. Poderia se esbaldar com seus hambúrgueres e refrigerantes à vontade.

Todos sabem que não é fácil para um não-americano ganhar na Nascar. Mesmo assim, não se pode dizer que Montoya tenha tido temporadas muito convincentes. Considerando apenas a série principal, hoje Sprint Cup, de 2007 para cá suas classificações foram 20°, 25°, 8°, 17°, 21° e 22°. Está em 22° nesta temporada e não aparece como favorito a vitória em corrida alguma. Nos ovais ele simplesmente não vai.

Montoya está rico. A Nascar distribui grana para todo mundo, e só nos últimos cinco anos, contando a temporada atual, o colombiano faturou US$ 22.990.508 em prêmios. Fora o que ganha de salário, mais os prêmios por outras corridas, patrocínios e o escambau a quatro. Dinheiro, portanto, não é problema para esse rechonchudo rapaz de 37 anos. A vida é realmente boa e farta na Nascar, porque nesse período todo, em exatas 239 provas, Montoya largou, na média, em 19° lugar e terminou em 22° suas corridas. Um cara com esse desempenho na F-1, por exemplo, morre de fome na segunda temporada.

Os brilharecos que Montoya teve, portanto, não foram suficientes para garantir sua permanência na Ganassi. Pode ser que encontre outro carro para correr. É bem provável, até. Mas sejamos honestos. Esse Montoya que vimos nos tempos da foto aí embaixo foi uma decepção nos EUA. Se continuar na Nascar, vai seguir sendo apenas mais um. A gente gostava mais dele na F-1, essa é a verdade.