Blog do Flavio Gomes
F-1

AL PARCO (2)

SÃO PAULO (pff) – Esqueçam a corrida da Itália. Se tiverem algo de mais interessante para fazer pela manhã, façam. Pastel na feira, por exemplo. Passear com o cachorro, andar de bicicleta, jogar bola. Vettel já ganhou. Aliás, Vettel já é tetra. Acabou, punto, basta. A 40ª pole da carreira do menininho hoje foi fácil demais para […]

sopra2SÃO PAULO (pff) – Esqueçam a corrida da Itália. Se tiverem algo de mais interessante para fazer pela manhã, façam. Pastel na feira, por exemplo. Passear com o cachorro, andar de bicicleta, jogar bola. Vettel já ganhou. Aliás, Vettel já é tetra. Acabou, punto, basta.

A 40ª pole da carreira do menininho hoje foi fácil demais para que se imagine qualquer outra coisa em Monza que não seja mais uma vitória e a disparada definitiva na classificação do campeonato, amanhã. Ele interrompeu uma sequência de quatro poles de Hamilton, que nem ao Q3 foi, depois de ser atrapalhado por Sutil e de ter escapado na Parabólica. “Fiz cagada”, falou o inglês, com termos menos diretos.

Sem Hamilton para surpreender e arrancar uma volta não se sabe de onde, a Red Bull passeou como quis na classificação. Ficou com a primeira fila (foi a 50ª pole da história da equipe) e ainda comemorou a zebra no terceiro lugar para atrapalhar eventuais planos da Ferrari, que teoricamente deveria ficar com a segunda fila. A zebra se chama Hülkenberg, da Sauber. Ninguém entendeu como ele conseguiu ficar em terceiro. É bom, esse rapaz, sabemos. E tem gente de olho nele. Gente grande. Tipo gente italiana.

Bem, vamos por partes, então, ao que foi este sábado quente e ensolarado na Lombardia. O último treino livre teve Vettel na frente, de novo. E quando começou a classificação, a aposta certeira era nele para a pole. Veio o Q1 e Tiãozinho fez o melhor tempo, 1min24s319. A guilhotina cortou os quatro nanicos, mais Guti-Guti e Sapattos. Tudo normal. Rosberguinho e Luis Amílton ficaram atrás do rubrotaurino. Tudo normal.

O Q2, sim, foi surpreendente. Além de Amílton, que admitiu ter guiado feito um pateta, os dois carros da Lotus ficaram de fora, depois de bons resultados nos treinos até então. Raikkonen, o tagarela, terminou em 11°. Grojã foi o 13°. Em longa entrevista após o treino, o finlandês disse. “Não deu”. O francês está chorando até agora no ombro de algum mecânico. Estranhíssimo o desempenho dos carros negros e dourados. Explicações mais tarde no Grande Prêmio. Juntaram-se aos três grandes, na degola, Futil, Maldanado e Resta Um. Tudo normal, embora a Force India tenha decepcionado um pouco. É um carro que normalmente vai bem em pistas velozes. Não foi. Raikkonen, também entrevistado sobre o assunto (estava falante, hoje, comentando tudo), disse, sobre a equipe rival: “Não deu”. E é claro que perguntaram ao Homem de Gelo sobre Hamilton, a decepção do dia. “Não deu”, respondeu.

Lá na frente, de novo, Vettel: 1min23s977. Alonsito ficou em segundo e o Marsupial Aposentado terminou em terceiro. Ricardão apareceu em quarto, ótimo desempenho, e o Incrível Hulk já pintou em quinto, mostrando que tinha garrafa para vender, como diria aquele apresentador de TV cujo nome não lembro direito.

No Q3, Vettel fez primeiro e segundo tempos. Na primeira tentativa, 1min23s859. Na segunda, 1min23s755. Era ele contra ele mesmo. Webber, sem muito esforço, ficou 0s213 atrás, segundo no grid. A Ferrari tentou a velha estratégia de lançar os dois pilotos para a pista ao mesmo tempo para que o de trás, no caso El Fodón de Las Astúrias, pegasse o vácuo do da frente, no caso Felipe Massacrado (cada vez mais; no paddock, Felipe foi demitido pela imprensa italiana hoje umas 50 vezes, sinal de que as coisas estão realmente complicadas para o brasileiro quanto à permanência no time).

Ocorre que Fernandinho precisava ficar mais juntinho de Felipinho. E não adianta reclamar pelo radinho. “Ele está muito longe”, choramingou, a certa altura. Ora, Fernandinho… Com essa estratégia brilhante e requintada, Massa ficou à frente de Alonso. E Hülkenberg à frente de ambos. Perguntado sobre o tema, o negócio do vácuo da Ferrari, Raikkonen explicou com bastante didatismo: “Não deu”. Vettel, Webber, Hülk, Massa, Alonso, Rosberguinho, Ricciardo, Pérez, Bonitton e Verme ficaram com os dez primeiros lugares no grid.

É corrida de poucas paradas, a de Monza. Uma ou duas. Com sol e calor, não haverá surpresas. Se largar bem e ninguém acertá-lo por trás na freada da primeira chicane, Vettel só será visto de novo quando estiver recebendo o troféu.

No paddock, também ontem, circularam boatos sobre uma certa namorada de piloto que teria sido vista com um rival de outra equipe entrando num motorhome luxuoso. Perguntado sobre o episódio, Raikkonen foi taxativo: “Não deu”.