Blog do Flavio Gomes
Imprensa

CAMARO AMARELO: A SAGA CONTINUA

SÃO PAULO (ainda não me convenceu) – Ai, ai, ai… Lembram do release que recebi no dia 19 de agosto, a sugestão de pauta sobre o dono do Camaro amarelo? Pois a assessoria de imprensa do empresário do ramo dos vidros voltou à carga. Sigo com minhas dúvidas sobre o interesse que o indigitado pode […]

SÃO PAULO (ainda não me convenceu) – Ai, ai, ai… Lembram do release que recebi no dia 19 de agosto, a sugestão de pauta sobre o dono do Camaro amarelo? Pois a assessoria de imprensa do empresário do ramo dos vidros voltou à carga.

Sigo com minhas dúvidas sobre o interesse que o indigitado pode despertar em meus leitores. Por isso, reproduzo abaixo (sem correção e resumindo alguns trechos) o último informe para a imprensa, que chegou ontem. Caso vocês considerem pertinente, podemos fazer uma pauta, quem sabe até uma entrevista. Imagino até o título: “Donos de Camaros amarelos: o que comem, onde vivem, como se reproduzem?”.

Até esbocei uma pautinha. Perguntas sobre os protestos, Egito, Síria, Snowden e o caralho a quatro. Depois estádios, PEC 37 e espionagem americana. Na sequência, para amenizar, um jogo rápido, tipo Marília Gabriela: “Perfume? Desodorante? Restaurante preferido? Onde passa as férias? Lacoste ou Polo by Kim? Iguatemi ou Cidade Jardim? Depilada ou bigodinho de Hitler? Nike ou Puma? Rolex ou Bvlgari? Insulfilm para mim é…”.

E a pergunta final, arrebatadora: “Para quem trabalha com vidro, o que é ser transparente, pra você?”

Bem, os grifos no texto que recebi são meus.

Uma pesquisa realizada pelo Ibope, em 2012, revela que o carro está em nono lugar entre as paixões dos brasileiros e, o mais curioso, empatado com a paixão pela família. Caso do empresário XXXX, proprietário de um, nada discreto, Camaro amarelo. Ele conta que escolheu o modelo pensado, em primeiro lugar, na velocidade e depois na beleza. Uma coisa é certa, quando está com seu veículo, XXXX se sente um pop star: “As pessoas tiram fotos, entram na frente do carro e acenam”, conta o empresário que teve que comprar outro modelo para poder circular de forma mais discreta.

Além de homens e crianças, XXXX diz que muitas mulheres fazem perguntas técnicas e querem pilotar o possante. Quando o interesse é infantil, ele se diverte: “Na garagem do prédio onde eu moro os vidros ficam cheios de marcas de dedinhos de crianças que se debruçam para tentar ver por dentro. Às vezes, o zelador me chama e pede para abrir o carro. Certa vez, dez crianças se revezaram para conhecer o Camaro por dentro”, revela.

Em 2010, a Chevrolet trouxe o Camaro oficialmente para o Brasil, assim já adaptado para o território nacional. Atualmente, os lançamentos geram expectativas, negócios, pré-vendas e disputas que atingem não somente a esfera do business como a da vaidade.

XXXX não fica atrás, é um executivo bem sucedido, mas também tem alguns hobbies, que agregados ao charme do Camaro amarelo, o tornam uma pessoa que chama a atenção onde quer que vá. Por mais que não queira, ele não consegue deixar de lado o cuidado com o veículo, que tem dia e hora certos para lavagem semanal, além de nunca ser manobrado por ninguém senão ele próprio.

Na casa de XXXX, nem os próprios filhos chegam perto do carro, a não ser para um passeio, com o pai ao volante. Acaba sendo um momento de muita diversão, pois XXXX faz questão de circular sem medo e distribuindo sorrisos pelas ruas de Sampa.

Olha… O lance de se sentir um popstar a bordo do Camaro amarelo me intriga. Desconfio que XXXX circula “pelas ruas de Sampa” com os vidros abertos, acenando para o povo enternecido e mandando beijinhos. Quando desce do carro, é cercado pelos populares que querem tocá-lo e dele ouvir uma palavra de carinho ou esperança. Uma espécie de papa Francisco. Além do mais, é um destemido. Ele anda “sem medo” pela cidade. Mas quando não quer que alguém se atire na rua na frente de seu Camaro amarelo, usa outro modelo, mais discreto. Uau.

Curiosa figura, XXXX. Quando recebi  primeiro e-mail, pedi fotos à assessoria de imprensa. Recebi. Ainda reluto em publicá-las. Não sei se vocês suportariam. Por enquanto, fiquem com essa aí.