SÃO PAULO (ainda bem) – Os mais desavisados devem estar estranhando que neste ano a farra da Ferrari em Madonna di Campiglio não esteja sendo noticiada. É que em agosto do ano passado a Philip Morris, que pagava a conta, decidiu cancelar o Wrooom depois de 23 anos seguidos da festa na neve que o time promovia para alguns funcionários e muitos jornalistas nos Alpes Italianos. A crise bateu no jabá — para o qual fui convidado várias vezes, diga-se, e era ótimo, divertido, não tinha pobreza; eram os dias no ano em que eu mais comia coisas gostosas, um cardápio diferente para cada almoço e cada jantar, tudo na faixa.
É uma pena, claro, porque era bacana e uma ótima forma de abrir os trabalhos da temporada. Por outro lado, o cancelamento veio bem a calhar no momento em que um dos que mais se divertiam nesse negócio se encontra num hospital lutando pela vida depois de tomar um tombo fazendo aquilo que era a marca do Wrooom: o esqui.
Guardo boas lembranças dos Wroooms de que participei. Num deles, numa bebedeira qualquer, Schumacher se vestiu de noiva. Tenho as fotos, mas não sei onde estão. Não eram digitais, tiramos com uma câmera convencional. O assessor de imprensa da época, meu amigo Luca Colajanni, ficou apavorado. Eu disse para ele ficar tranquilo que não iria publicar em lugar nenhum. Mas Luca perdeu o sono por várias noites por causa daquelas fotos.
Um dia encontro. Mas como prometi não publicar, não vou publicar. Até porque a foto foi tirada sem autorização dos envolvidos. Mas guardei alguns registros. Essa aí embaixo é de 2004, na noite em que a turma descia a pista carregando tochas. Eu nunca desci porque não sei esquiar. Desisti depois de colocar as botas que imobilizam os tornozelos.
Já se vai uma década.
