Blog do Flavio Gomes
F-1

ELO PERDIDO

SÃO PAULO (preguiçosos) – Alguém já se deu conta de que dos 22 pilotos que abrem a temporada da F-1 no dia 16 de março apenas um, Jenson Button, já estava na categoria no século passado? E que nenhum, nenhunzinho, nem Button, corria nos anos 1900? Pois é. É uma espécie de elo perdido, o […]

button2000SÃO PAULO (preguiçosos) – Alguém já se deu conta de que dos 22 pilotos que abrem a temporada da F-1 no dia 16 de março apenas um, Jenson Button, já estava na categoria no século passado? E que nenhum, nenhunzinho, nem Button, corria nos anos 1900?

Pois é. É uma espécie de elo perdido, o inglês.

Button é hoje o segundo piloto mais velho da F-1 (mas o mais experiente em números de GPs disputados), tendo feito sua estreia pela Williams na temporada de 2000, o último ano do século XX. Todos os demais ingressaram no Mundial no século XXI, sendo Alonso e Raikkonen os que vieram logo depois do inglês, em 2001 — pela Minardi e Sauber, respectivamente.

É uma F-1 bem jovem, esta de 2014. A média de idade dos 22 pilotos é de 26,3 anos. Se sacarmos da lista os cinco trintões escalados como titulares, essa média cai para 24,5. Os cinco veteranos são Alonso (32), Raikkonen (34, mas três meses mais velho que Button), Button (34), Sutil (31) e Massa (32). O único nascido antes dos anos 80 é Kimi, de outubro de 1979.

A equipe de média mais alta é a Ferrari, 33 anos. A mais baixa é a Toro Rosso, com 21 (Vergne tem 23 anos e Kvyat, 19).

Quando Button estreou, no distante século XX, os motores eram V10 de 3 litros e os pneus tinham ranhuras. A Ferrari estava havia 21 anos sem conquistar um título. Eram 11 as equipes, como hoje, mas nada menos do que sete delas já não existem mais: Jordan, Jaguar, Benetton, Prost, Arrows, Minardi e BAR. Sobreviveram McLaren, Sauber, Ferrari e Williams.

Curioso que a maioria dos times extintos, de certa forma, vive sob outros nomes. A Jordan é a Force India (antes foi Midland, MF1 e Spyker); a Jaguar virou Red Bull; a Benetton transformou-se na que é hoje a Lotus, depois de ter sido adquirida pela Renault e vendida pelos franceses aos Geniis; a Prost sumiu; a Arrows também, mas suas instalações em Leafield atualmente são ocupadas pela Caterham; a Minardi foi comprada pela Red Bull e rebatizada como Toro Rosso; e a BAR passou pelas mãos da Honda e de Ross Brawn até ser encampada pela Mercedes.

Entre os pilotos daquela temporada de 2000, os destaques eram Schumacher na Ferrari e Hakkinen na McLaren. O Brasil tinha quatro na labuta: Barrichello (Ferrari), Burti (Jaguar), Diniz (Sauber) e Zonta (BAR). Daquela turma, além de Button, apenas De la Rosa e Gené ainda têm algum vínculo empregatício na F-1 como pilotos, já que aparecem como “test-drivers” da Ferrari em seu site oficial. Mas não testam nada e raramente têm a chance de sentar num carro do time. Quando muito, trabalham em simuladores.

É a roda da história, que gira sem parar.