Blog do Flavio Gomes
F-1

NA ILHA (1)

RIO (all right) – F-1 é cultura. O circuito Gilles Villeneuve fica numa ilha artificial, a Ilha de Notre Dame, ou Île Notre-Dame, no original, com este belo acento circunflexo no “i”, construída para hospedar a Expo 67 — uma daquelas exposições universais cheias de pavilhões de países querendo se mostrar uns mais que os […]

expo67aRIO (all right) – F-1 é cultura. O circuito Gilles Villeneuve fica numa ilha artificial, a Ilha de Notre Dame, ou Île Notre-Dame, no original, com este belo acento circunflexo no “i”, construída para hospedar a Expo 67 — uma daquelas exposições universais cheias de pavilhões de países querendo se mostrar uns mais que os outros. No caso, era para celebrar o centenário do Canadá.

Usaram 15 milhões de toneladas de pedras que foram extraídas do subsolo de Montreal para a construção do metrô, poucos anos antes. Depois que acabou, a maioria dos pavilhões foi desmontada. Alguns ficaram, os mais bonitos. Tem um cassino lá que era pavilhão da França, creio. Foi o que me disseram uma vez.

A ilha virou parque, parte dela foi usada para os Jogos Olímpicos de 1976 (os quebequianos ficaram pagando um imposto especial por anos para zerar as contas, e odeiam as Olimpíadas por isso) e a pista foi montada lá.  Por isso “Na ilha”, sacaram? E por isso as fotos dos pavilhões, como esse da URSS, sacaram?

Tudo devidamente sacado, vamos à F-1.

Do jeito que deu, acompanhei os trabalhos de Montreal hoje. Sei que Alonso foi o mais rápido de manhã, enchendo de esperança aqueles que torcem para que alguém breque a Mercedes neste ano. Bobagem pura, até os mais esperançosos sabem que primeiro treino livre de sexta-feira, em qualquer canto, não significa muito. Ao fim do dia, Hamilton colocou ordem no galinheiro e fechou a segunda sessão com 0s175 de vantagem para Rosberguinho e 0s455 para Vettel, o terceiro, líder da rapa.

O ponto fora da curva de hoje foi Ricciardo, em 12°. Também não quer dizer grande coisa. Apenas notei porque estava legal a sequência de duplinhas com Mercedes em 1-2, Ferrari em 4-5, Williams em 6-7, McLaren em 8-9. Também teve Force India em 13-14, Sauber em 16-17 e Caterham em 20-21. Sete pares. Montreal é mais ou menos assim sempre, por ser uma pista relativamente simples. As diferenças entre companheiros de equipe acabam sendo pouco relevantes.

Massa, que tinha tido problemas pela manhã, resolveu as pendengas técnicas à tarde e ficou em sexto. Deve andar bem a Williams no Canadá, porque seus carros são bons de reta. E não falta reta no circuito Gilles Villeneuve. Felipe precisa de um bom resultado urgente. Já tinha dito isso em Mônaco, mas lá não dava para cobrar muito depois da presepada de Sonyericsson na classificação. E mesmo largando bem atrás, chegou em sétimo. Mas foi tudo circunstancial, tanto o azar do treino, quanto a sorte da corrida. Veremos domingo.

E muito mais não dá para dizer. A aposta óbvia para amanhã é primeira fila mercêdica. Red Bull e Ferrari vão brigar pau a pau pelas migalhas, com a Williams na espreita. O grande barato do fim de semana será o duelo Hamilton x Rosberg, o que também é óbvio. Para mim, quem dá a impressão de estar mais lesado com essa situação toda é Lewis. Nico, um dândi dourado, não me parece muito preocupado.