RIO (que bom) – Schumacher deixou o hospital de Grenoble. O mundo do esporte foi acordado com essa notícia hoje por volta das 6h30 de Brasília, quando Sabine Kehm divulgou uma nota que traz algumas respostas, claro, mas abre muitas perguntas.
As respostas: Michael não está mais no hospital francês, está vivo, saiu do coma e o processo de recuperação será conduzido longe dos olhos do público.
As perguntas: quando saiu do coma, quando (e se) ficou em um quarto de recuperação em Grenoble, em que estado está, para onde foi, quem vai cuidar dele.
O primeiro boato: ele teria sido levado para o Centro Hospitalar Universitário do Cantão de Vaud (CHUV), em Lausanne, na Suíça. Quem noticiou foi a agência France Presse. O hospital confirmou, a foto da “nova casa” de Schumacher está aí em cima. Aguardemos.
Todo esse caso é cercado de mistério e discrição há quase seis meses. É compreensível, do ponto de vista da família. Ninguém quer um circo midiático. Por outro lado, Schumacher tem milhões de fãs no mundo inteiro que gostariam de ter informações mais detalhadas.
Mas deve-se respeitar o que deseja a família. O risco, e isso vai acontecer, é um descontrole das notícias que fatalmente vão começar a sair do hospital. Médicos, enfermeiras, funcionários de serviços gerais, motoristas de ambulância, pilotos de helicóptero, operadores de voo, um monte de gente teve algum tipo de contato com Schumacher nos últimos meses. Enquanto ele estava no CHU, Kehm conseguiu estancar eventuais vazamentos. Agora, vai ser difícil. A corrida por qualquer informação será intensa e insana. Por fotos, idem. Podem esperar.
De qualquer maneira, depois de tanto tempo, qualquer notícia sobre Schumacher que não seja “ele morreu” é uma boa notícia. Gary Hartstein, ex-médico da FIA, considera que as notícias de hoje não têm nada de novo. Para ele, Schumacher já não está tecnicamente em coma desde abril, quando Sabine informou que ele vinha tendo alguns momentos de consciência e despertar. Segundo Hartstein, essa condição já configura um estado que não é o de coma, do ponto de vista médico. E não estar em coma não quer dizer que o paciente pode sair de uma UTI saltitante e falando pelos cotovelos. Apenas não está em coma. Mas pode permanecer em estado vegetativo, que é o grande temor do médico. E de todos.