Blog do Flavio Gomes
F-1

¡MEXICO!

SÃO PAULO (quero ir!) – Como não comemorar a volta do México ao calendário da F-1 no ano que vem? Será que teremos momentos como este que meu amigo colombiano Diego Mejía postou no Twitter? Mansell por fora em Berger na Peraltada, 1990… O circuito será Hermanos Rodriguez, claro. Dá para chegar de metrô. Fiz […]


SÃO PAULO (quero ir!) – Como não comemorar a volta do México ao calendário da F-1 no ano que vem? Será que teremos momentos como este que meu amigo colombiano Diego Mejía postou no Twitter? Mansell por fora em Berger na Peraltada, 1990…

O circuito será Hermanos Rodriguez, claro. Dá para chegar de metrô. Fiz as duas últimas provas lá, em 1991 e 1992. Cidade e povo encantadores, comida maravilhosa, alegria o tempo todo. Fiquei perto do Zócalo, no coração da metrópole recheada de Fuscas verdes de táxi. Eles já não existem mais, estão sendo retirados de circulação faz alguns anos.

Foi, a de 1991, minha primeira corrida usando computador em vez de telex. Tinha um Toshiba T1000 espetacular e alguns números da Infonet para conectar com o Brasil. O fuso horário era desfavorável e era preciso escrever e transmitir rápido por causa do fechamento do jornal.

Foi o que fiz, no primeiro dia. Pauleira pura. Não tínhamos linha privada, porque custava caro. Então o jeito era conectar o laptop numa das cabines telefônicas da sala de imprensa, selecionar “tom” ou “pulse” e rezar para todos os deuses astecas ajudarem.

Quando entrei na sala de comunicações, toda revestida de madeira escura, havia uma daquelas mesas de telefonia dos anos 40, com duas senhoras puxando e conectando plugues ligados a cabos elásticos. Uma zona federal, a imprensa europeia enlouquecida porque as duas telefonistas não conseguiam dar conta da demanda, claro.

Desisti do computador, arrumei um telefone público na rua, liguei a cobrar, cobro revertido devidamente solicitado à telefonista que me atendeu, abri a máquina com sua tela de cristal líquido e um restinho de bateria e ditei as matérias. O trauma foi tão grande com aquela bagunça e com a dificuldade de conectar um laptop numa linha telefônica que durante todo aquele ano resisti aos novos tempos e fui o último jornalista da F-1 a usar máquinas de telex nos autódromos. No ano seguinte elas foram extintas das salas de imprensa.

México na F-1 é uma grande notícia, como foi a Áustria. Algo de bom, enfim.