SÃO PAULO (acompanhando) – Com duas rodadas de antecedência, nove vitórias em 12 corridas disputadas (as rodadas têm duas provas cada), Pedro Piquet, aos 16 anos, conquistou seu primeiro título nos carros. Uma vitória e um quinto lugar no fim de semana no Velopark foram o bastante para dar ao filho de Nelson a taça na F-3 Brasil.
Nelsinho, seu irmão, também foi soberano na F-3 Sul-americana quando correu aqui. Isso acontece porque, além de talentosos, os rebentos da família sempre dispõem de equipamento de primeira em relação à concorrência — não é demérito algum, mas pode mascarar os resultados.
Pedro é um gênio ou teve muito mais carro que todo mundo? Pode-se afirmar que teve mais carro, sim, mas não que seja um gênio. Isso poderá ser comprovado a partir de agora, já que seus próximos passos deverão levá-lo à Europa. Lá, Piquet Jr. ganhou a F-3 Inglesa com uma equipe montada pelo pai. Na GP2, foi bem, mas nada de muito excepcional. Na F-1, sucumbiu — não à falta de velocidade, mas à dificuldade de conduzir sua própria carreira.
O mais novo Piquet parece muito bom, e seu pai costuma dizer aos mais próximos que desde o kart notava nele um talento especial. A ver. Curioso notar que da molecada brasileira que aparentemente tem algum futuro no automobilismo, dois levam sobrenomes famosos: Piquet e Fittipaldi. A descendência abre portas. Até um certo ponto. No momento em que for necessário o voo-solo é que saberemos até onde eles podem ir. Por enquanto, ambos têm, ao menos, mostrado competência.
Aliás, a questão do sobrenome não é exclusividade de brasileiros. Estão aí Nico Rosberg, Kevin Magnussen e Max Verstappen que não nos deixam mentir.