Blog do Flavio Gomes
Kart

PEQUENO SCHUMI

SÃO PAULO (sorte, moleque) – Mick Jr. É com esse nome que o filho de Schumacher corre agora, depois de algum tempo disputando provas de kart como Mick Betsch, usando o sobrenome da mãe. Claro que nem por dez segundos Mick conseguiu esconder que é filho de quem é, mas a escolha era um recado […]

SÃO PAULO (sorte, moleque) – Mick Jr. É com esse nome que o filho de Schumacher corre agora, depois de algum tempo disputando provas de kart como Mick Betsch, usando o sobrenome da mãe. Claro que nem por dez segundos Mick conseguiu esconder que é filho de quem é, mas a escolha era um recado claro da família: “Não comecem”.

Domingo, depois de se sagrar vice-campeão europeu na categoria Júnior, Mick foi vice-campeão mundial na França. Ele tem 14 anos. O campeão foi o britânico Enaam Ahmed, tanto europeu, quanto mundial.

Fico aqui pensando no futuro desse menino. Sim, o futuro de todo e qualquer filho de piloto famoso é sempre cruel, de um lado, e um pouco generoso, de outro. Generoso porque o sobrenome abre portas. Cruel porque mais dia, menos dia, as comparações virão. Irmãos, sobrinhos e outros parentes também sofrem com isso. Basta lembrar de Ralf Schumacher. Quando ele chegou à F-1, a Jordan organizou um milhão de entrevistas para ele. Uma para ingleses, outra para alemães, e italianos, e franceses, e jamaicanos, e portugueses, espanhóis, lituanos, brasileiros. A todos, teve de responder a mesmíssima pergunta. Até que o assunto se esgotou e ele pôde tocar sua vida.

O mesmo se passou com Damon Hill, Michael Andretti, Christian Fittipaldi, Nelsinho Piquet, Jacques Villeneuve, Bruno Senna e todos os outros que vocês vão lembrar aqui.

Boa parte deles se saiu bem. Hill e Villeneuve foram campeões do mundo. Andrettinho ganhou muita coisa nos EUA. Christian tocou sua carreira sem maiores sobressaltos. Bruno e Nelsinho, na F-1, fracassaram por motivos diferentes.

Mas ser filho do maior de todos, Michael Schumacher, deve representar uma carga nada leve. Ainda mais com a situação do pai, totalmente desconhecida da maioria das pessoas, mas não dele. A cada resultado, cada corrida, cada degrau escalado na carreira, Mick será confrontado com a trajetória do pai, o que é normal, mas sobretudo com o peso de seguir seus passos sem que ele possa acompanhar — ao menos, de uma maneira convencional.

Espero que Mick seja um menino forte.