Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MANHÃ

SÃO PAULO (dias melhores virão) – Com algum atraso, coisinhas de ontem que ainda não tinham sido ditas sobre o GP de Cingapura, a corrida em que Hamilton voltou a ser líder e voltou a sorrir… – Um simples cabo, daqueles fios que conectam coisas eletrônicas. Tipo cabo USB. Ou HDMI. Foi isso que acabou […]

hamiltoncing14

SÃO PAULO (dias melhores virão) – Com algum atraso, coisinhas de ontem que ainda não tinham sido ditas sobre o GP de Cingapura, a corrida em que Hamilton voltou a ser líder e voltou a sorrir…

– Um simples cabo, daqueles fios que conectam coisas eletrônicas. Tipo cabo USB. Ou HDMI. Foi isso que acabou com a corrida de Rosberguinho ontem em Cingapura. O cabo defeituoso fez com que todas as funções comandadas a partir do volante não funcionassem direito. Uma agonia. É que carro de F-1, já há algum tempo, é isso. Tudo passa pelo volante. Qualquer defeitinho, tchau.

– Marcus Ericsson, 15° ontem, achou que fez a melhor corrida de sua vida. Acabou na frente da Marussia. Já é alguma coisa. Kobayashi teve uma pane eletro-eletrônica na volta de apresentação. Sentiu cheiro de queimado e resolveu parar quando viu que o freio estava indo para o espaço. Dia bom para um, péssimo para o outro.

– Vergne, sexto com dois pênaltis de 5s, foi um dos caras da prova. A segunda punição ele não pagou nos boxes. Sabendo que teria 5s acrescidos ao seu tempo total de corrida, fez das tripas coração para chegar mais de 5s na frente do sétimo colocado. Conseguiu. Esse menino é bom. Mas ser só bom não basta. A Toro Rosso vai trocá-lo por Max Verstappen no ano que vem. Mas quem sabe ele consegue, até o fim do ano, mostrar serviço de novo para arrumar emprego.

– Kvyat, por sua vez, ficou sem água a corrida toda. Água de beber, não de radiador. Quase morreu desidratado, coitado.

– A cena de Magnussen colocando os braços para fora do cockpit para refrescar as mãos foi marcante. Mas não eram as mãos que estavam queimando. Era a bunda. Ele tentava fazer o ar passar por dentro do macacão. Sabe-se lá por quê, o cockpit de seu carro virou uma fornalha. Ainda assim, o jovenzinho marcou um ponto com o décimo lugar. Pontos que não vieram para Button. No fim da corrida, quando ele pretendia atacar Bottas pelo sexto lugar, seu McLaren apagou. Do nada. Como disse ontem, esses carros são uns cus eletrônicos. Pifou uma “power box”. Caixa de força? Regulador de voltagem? Derreteu a caixa de fusíveis? Sei lá.

– Parar no safety-car não foi a melhor coisa do mundo para Alonso. A F-1 é esquisita. Tem corrida em que quando entra o safety-car, vai todo mundo para os boxes. Em outras, não vai ninguém. Aí é de desconfiar se quem para nessas horas vai levar alguma vantagem. Fernandinho não se saiu muito bem. Mas foi uma aposta. O que ninguém entendeu é porque a FIA não puniu o espanhol. Na largada, ele passou Ricciardo e Vettel por fora da pista. Devolveu apenas a posição do alemão. O australiano ficou meio cabreiro. Eu também.

– O maior stint com pneus macios no GP de Cingapura foi de Massa: 38 voltas com a mesma borracha. Com os supermacios, o recordista foi Hamilton: 26. Felipe foi muito elogiado pelo cuidado com os pneus. Mas a estratégia não funcionou com Bottas. Na última volta ele caiu de sexto para 11°. Nunca um pneu acabou tão rápido na história. Em uma volta, ele simplesmente deixou de funcionar.

– Cuidar dos pneus foi também a chave para os dois rubrotaurinos. Ambos merecem tantos aplausos quanto Felipe. E assim a Red Bull colocou seus dois meninos juntos no pódio pela segunda vez no ano. A outra foi no Canadá.

– Com quatro paradas, Pérez foi outro destaque da corrida. De 15° no grid para sétimo no final, o mexicano ajudou a Force India a passar a McLaren, vejam vocês, no Mundial de Construtores. Como Hülkenberg também marcou, em nono, o time foi a 117 pontos, contra 111 da grandona de Ron Dennis. Quem diria. A Force India agora está em quinto. É um vexame para a McLaren.

– Que, por sua vez, avisou que não vai revelar em Suzuka, casa da Honda, sua dupla para 2015. O time ainda busca algum nome forte. Mira em Alonso, que anda macambúzio com a Ferrari. Mas vai ser difícil, bem difícil. Fora ele, quem seria um nome forte? Hülkenberg? Porque Bottas já renovou com a Williams. Ricciardo? Não sai da Red Bull. Vettel? Também não. Acho que no fim das contas vão acabar ficando com Button e Magnussen, mesmo.

– Dado interessante levantado pelo Fábio Seixas em seu blog: Felipe Massa completou 100 GPs sem vencer. Isso mesmo, desde o GP do Brasil de 2008 ele correu 100 vezes. Se voltar a vencer um dia, terá sido o maior intervalo entre uma vitória e outra. O recorde pertence a Riccardo Patrese, que entre a vitória na África do Sul em 1983 e em Imola em 1990 disputou 99 GPs.