Blog do Flavio Gomes
F-1

SEM RUBENS

SÃO PAULO (não é mole, não…) – Rubens Barrichello não é mais comentarista de F-1 da TV Globo. Segundo a emissora, o contrato previa um número X de corridas, esse número teria sido atingido em 2014 e, assim, o compromisso foi concluído. Não sei bem o que o público em geral achava de Barrichello como […]

rbnagloboSÃO PAULO (não é mole, não…)Rubens Barrichello não é mais comentarista de F-1 da TV Globo. Segundo a emissora, o contrato previa um número X de corridas, esse número teria sido atingido em 2014 e, assim, o compromisso foi concluído.

Não sei bem o que o público em geral achava de Barrichello como repórter e comentarista nestes dois anos de atuação como ex-piloto de F-1 que faz o papel de jornalista. Minha base para avaliar é o que as pessoas escrevem aqui. E é claro que no comparativo com a audiência das corridas na TV, é uma amostragem muito reduzida, embora tenha alguma importância — afinal, é o tal público segmentado que vem a este blog e que visita o Grande Prêmio.

Em maio do ano passado, quando pela primeira vez Reginaldo Leme foi preterido numa transmissão para que Barrichello assumisse a função, escrevi algumas linhas sobre o que penso de ex-atletas trabalhando como jornalistas. Não mudo uma vírgula. E como não estou a fim de repetir, quem quiser ler que vá ao texto.

Sobre o caso específico, nunca achei Barrichello um bom comentarista, muito menos repórter. No grid, suas participações limitaram-se a piadinhas sem graça, trocas de sorrisos e perguntas banais. Bem, mesmo, ele foi no GP do Brasil de 2012, quando foi para a pista pela primeira vez. Mas era o inusitado da situação que estava ajudando. Na verdade, ele era a atração, mais do que os entrevistados. Afinal, tinha parado de correr no ano anterior, era sua primeira aparição em Interlagos para um GP de F-1 sem ter um carro para pilotar, acabou funcionando.

Depois, quando se fez necessário algum preparo para exercer a sacra missão do repórter, sucumbiu. Primeiro, porque nunca teve tal preparo. Segundo, porque a Globo não se preocupou muito em prepará-lo. E, a partir daí, o que vimos foi o festival de amenidades, futilidades e “concertezas” que nada acrescentou à já capenga transmissão dos GPs que a emissora leva a cabo há anos.

De qualquer forma, não sei se isso foi fundamental na decisão global de não renovar o contrato. Também não sei se Burti segue, uma vez que as traduções de rádio, se a FIA realmente limitar o conteúdo dessas conversas, serão cada vez menos necessárias — não precisa ninguém criado em Oxford para traduzir “box, box, box”.

O que sei é que Rubens não gozava de enorme prestígio internamente na TV, e que algumas pessoas envolvidas na cobertura e nas transmissões de F-1 na emissora não eram propriamente apaixonadas pelo estilo do atual vice-líder da Stock. Digamos que o ambiente era permeado por alguma tensão e algumas pessoas no Jardim Botânico e na Berrini não vão dormir chateadas hoje.