Blog do Flavio Gomes
F-1

S DA SALVELINA (7)

SÃO PAULO (fritando o coco) – Acabou o primeiro dia de atividade em Interlagos de forma melancólica. Quando o cronômetro zerou, apenas 14 carros estavam em condições de andar, debaixo de um forte calor de 29 graus e asfalto novo cozinhando a 57. Asfalto excelente, diga-se, sem uma ondulação. Mas como é muito escuro, absorve […]

alonsofireSÃO PAULO (fritando o coco) – Acabou o primeiro dia de atividade em Interlagos de forma melancólica. Quando o cronômetro zerou, apenas 14 carros estavam em condições de andar, debaixo de um forte calor de 29 graus e asfalto novo cozinhando a 57. Asfalto excelente, diga-se, sem uma ondulação. Mas como é muito escuro, absorve mais o calor. Foi duro para os pilotos. Depois de uma certa temperatura, os pneus começam a escorregar demais. Mas a previsão para amanhã é de chuva. Veremos.

O segundo treino começou com apenas 17 carros, porque Pérez teve de ficar parado. O piloto de testes Juncadella (isso lá é nome de piloto?) bateu na primeira sessão e não deu tempo de recuperar o carro. Maria do Bairro passou a tarde chorando pelos cantos e maldizendo a colonização espanhola.

Com 11 minutos de sessão, foi a vez de Verme parar com seu Toro Rosso quebrado. Mais para o fim, pegou fogo no carro de Alonso e, depois, foi Gutierros quem parou com problemas mecânicos. Alonso teve de apagar, ele mesmo, o incêndio. Pegou o extintor do fiscal e tratou de colocar em prática seus dotes de bombeiro. Chegou nos boxes rindo. Devia ter deixado queimar.

O fogo destruiu seu motor, mas a Ferrari informou que a troca não resultará em punição porque ele ainda não usou toda sua cota anual.

Robserg voltou a andar na frente de Hamilton, com uma diferença semelhante à da manhã. Na primeira sessão, 0s221. Na segunda, 0s213. O tempo do alemão à tarde: 1min12s123. Apenas para constar: o recorde da pista é de Barrichello, 1min10s646. De Ferrari, em 2004. Dez anos depois, a F-1 é dez vezes mais cara e 2s mais lenta. Preciso entender essa lógica.

Raikkonen, que por duas vezes hoje ensaiou buscar um atalho pela pista de serviço, como fizera uma vez com a Lotus, foi o terceiro colocado, a 0s573 de Rosberguinho. Essa diferença, num circuito de maior extensão, equivale a coisa de 0s8, 0s9. Uma vantagem constrangedora. Fechando os cinco primeiros, Ricardão foi o quarto a 0s833 e Sapattos, o quinto a 0s912. Massacrado terminou em sexto, a 0s976 do líder. Alonso, chamuscado e tudo, ficou em sétimo a 0s999.

Foram três bandeiras vermelhas durante a sessão, para remover os carros de Vergne, Alonso e Gutiérrez da pista. Os tempos vieram com pneus macios, que formam dupla com os médios em Interlagos. Tirando isso, normalidade absoluta.

Por ter começado melhor, com carros tão parecidos, ouso arriscar um certo favoritismo para Nico em São Paulo. Parece ter se encontrado melhor que Lewis, que já está numas de não fazer nenhuma bobagem para administrar os 24 pontos que tem de vantagem para o companheiro. Chegar em primeiro ou segundo, para ele, é mais ou menos a mesma coisa. O que não pode é deixar de pontuar.

Mas Comandante Amilton tem uma certa obsessão por Interlagos, onde nunca venceu em sete participações. E nutre uma devoção enorme a Ayrton Senna. Quer ganhar aqui de qualquer jeito para homenagear o ídolo. É nossa esperança. Porque se ele se acomodar com um eventual segundo lugar, o GP corre o risco de ser chato lá na ponta.

No segundo escalão, como sempre, vai ser divertido porque Interlagos é uma pista que quase sempre oferece boas corridas. E há a possibilidade de água, num asfalto ainda não testado nessas condições. Vamos torcer.

Voltamos daqui a pouco, porque bateu a fome.