Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM À TARDE

SÃO PAULO (a vida, ah, a vida…) – Buenas, macacada. Foi uma grande decisão, um grande título. Claro que sempre fica faltando um monte de coisa para dizer, então vamos ao glorioso rescaldo de Abu Dhabi para vocês comentarem à exaustão: – A Mercedes estabeleceu um novo recorde de vitórias para uma temporada, com a […]

SÃO PAULO (a vida, ah, a vida…) – Buenas, macacada.

Foi uma grande decisão, um grande título. Claro que sempre fica faltando um monte de coisa para dizer, então vamos ao glorioso rescaldo de Abu Dhabi para vocês comentarem à exaustão:

– A Mercedes estabeleceu um novo recorde de vitórias para uma temporada, com a 16ª obtida ontem. Superou McLaren (1988) e Ferrari (2002 e 2004), que ganharam 15 vezes. Mas a marca, proporcionalmente, é inferior a duas dessas. Em 1988, a McLaren venceu 15 de 16, o que dá 93,75% das corridas disputadas naquele ano. Em 2002, a Ferrari teve 88,2% de vitórias (15 em 17). Em 2004 foram 15 de 18, um aproveitamento de 83,3%, ligeiramente inferior ao da Mercedes neste ano, que ganhou 16 de 19 (84,2%).

– “Se o rei falou, deve ser verdade. O rei tem sempre razão”, disse Fernando Alonso sobre a indiscrição do ex-rei Juan Carlos, que andou comentando aqui e ali que o súdito já assinou com a McLaren. O asturiano, que fez seu último GP pela Ferrari, mencionou o ex-companheiro Massa para justificar a saída. Para ele, Felipe foi buscar vida fora de Maranello e encontrou na Williams. “É isso que eu quero”, falou.

– E não é que deu? A vaquinha eletrônica da Caterham bateu em exatos 2.354.334 libras do total pretendido de 2.350.000 dinheiros esterlinos. Foram 6.466 doadores, o que significa que em média cada um doou ao time 364 libras — o equivalente a quase 1.500 reais. Ô gente generosa…

“É só o começo”, comemorou Massa ontem, feliz da vida com o segundo lugar. “A vitória nunca esteve realmente ao nosso alcance, mas ficamos perto. Só de poder disputar com a Mercedes é um sinal do que faremos no ano que vem”, falou o brasileiro. A Williams terminou o Mundial em terceiro lugar, na frente das gigantes McLaren e Ferrari. Voltou a ser grande. Ano passado, fora nona colocada. Um salto e tanto. Felipe, como disse Alonso, encontrou vida longe da Ferrari.

– E os dois meninos, quem diria, disputaram ponto a ponto um título mundial de F-1. “É o melhor dia da minha vida”, falou Hamilton ontem. “Ele mereceu”, elogiou Rosberg, um perdedor digno e honesto. Foi em 2008 que os dois foram ao pódio pela primeira vez. Lewis em primeiro com a McLaren, Nico em terceiro com a Williams. Depois da corrida, na Austrália, Hamilton telefonou para o amigo. “Cara, você viu? Nós dois no pódio, e na F-1!”, espantou-se. A história dessa amizade, que eu juro que gostaria que fosse retomada, porque amizade de criança é algo sagrado, está neste belo texto da BBC, com ótimas fotos.

– A Red Bull tinha liberado Vettel para testar com a Ferrari nesta semana em Abu Dhabi. Depois, voltou atrás. Medo, talvez, de o alemão revelar algum segredo para seus novos patrões. A história está aqui. Bobagem. Não tem muita coisa do carro deste ano que Sebastian possa levar para Maranello.

– A pontuação dobrada na última corrida, aberração que espero que seja eliminada no ano que vem, não mudou muito a classificação do campeonato. Apenas Pérez se beneficiou. Ganhou duas posições na classificação geral, de 12º para décimo. Invenção desnecessária, pois, que tem um único potencial: perpetrar injustiças.

– A conquista de Hamilton, a dignidade de Rosberg, o bom resultado de Massa e a temporada de 2015 são tema do “Bom Dia, GP!” de hoje, que já está no ar.