Blog do Flavio Gomes
Gomes

KOMBOSA TRIP, DIA #1

PALHOÇA (e o sol será implacável) – Foram exatos 790 km de ponta a ponta. Saímos de casa às 4h35 marcando 21.100 km no odômetro e chegamos pontualmente às 20h com 21.890. O destino final é Montevidéu, com uma escala aqui em Santa Catarina. A bordo da Kombi 1965 que passou a semana sendo revisada […]

PALHOÇA (e o sol será implacável) – Foram exatos 790 km de ponta a ponta. Saímos de casa às 4h35 marcando 21.100 km no odômetro e chegamos pontualmente às 20h com 21.890. O destino final é Montevidéu, com uma escala aqui em Santa Catarina. A bordo da Kombi 1965 que passou a semana sendo revisada pela dupla Crispim-Nenê, e me foi entregue na sexta à tarde. Saímos na madrugada de sábado.

No total, 15 horas e meia de estrada, mas deve-se dar um desconto: uma hora parado na Serra do Cafezal e mais umas duas em paradas diversas para abastecer, comer, tomar um café, tirar umas fotos. Não tínhamos pressa, nem eu, nem ela. O importante era chegar sem problemas.

E nesses 790 km, o único problema foi ter de buzinar de volta para os amigos caminhoneiros que a cada passagem nos mandavam um salve. A média de velocidade oscilou entre 70 e 90 km/h. Não precisa mais do que isso, numa Kombi. Saiu e chegou sem nem engasgar. Um espanto.

Passamos por oito pedágios, R$ 1,80 cada um, e não dá para reclamar de nenhuma estrada, nem da BR116, nem da BR101, inexplicavelmente batizada de Rodovia Governador Mário Covas (?) em Santa Catarina. Tirando o inferno da Serra do Cafezal, pouco depois de sair de São Paulo, o resto está duplicado, bem sinalizado, com asfalto bom e pedágio barato.

Anotei num bloquinho os horários das paradas para abastecer (105 reais ao sair de casa; 54,17 às 9h não sei onde; 84,09 às 11h49 já no Paraná; 70,94 às 16h15 em Joinville, que existe), e também a hora em que deixamos SP e entramos no PR (11h31, 335 km depois de sair de casa), e quando invadimos SC (às 15h46, depois de 519 km).

Claro que não vou ficar fazendo isso a viagem toda, é um pé no saco, foi só no primeiro dia. Gosto mesmo de minhas observações inúteis, como as que fiz ao passar ao largo de Camboriú e Itapema.

Por que diabos os prédios nessas cidades têm no topo o nome da construtora? É algum tipo de grife? Tem uma que se chama FG, e a Sharon Stone aparece em outdoors como sua garota-propaganda. OK, eu gostaria de morar num prédio com FG no topo, mas por razões óbvias. “Olha lá o prédio do FG”, diria alguém. Ajudaria a encontrar meu endereço. Mas qual a graça de viver num “Amaral”? Ou num “DVO”? As pessoas falam que moram num “Gafisa” ou num “Odebrecht”? Que coisa mais esquisita…

Como esquisito é um shopping center chamado Havan, também em Santa Catarina, que tem diante da entrada uma enorme réplica da Estátua da Liberdade. É uma das coisas mais cafonas que vi na vida.

O que acontece com os catarinenses? Prédio de grife, Mário Covas e Estátua da Liberdade?

Mas ainda bem que tem o Murilo. Estávamos chegando perto de Joinville, descendo uma serrinha invocada, quando apareceu no espelho um Fusca rebaixado cheio de moleques dentro. Fomos nos encontrar num posto de gasolina e perguntei a um deles se estavam indo a Pomerode, a cidade do professor nazista, para um encontro de VWs que eu sabia que iria acontecer. O rapaz disse que sim, que iam, e eu perguntei se era um encontro legal, e ele respondeu que nunca tinha ido, mas que o Murilo já.

Nem eu, nem a Aguena sabíamos quem era o Murilo, naquele grupo. Desconfiamos inclusive que ele não estava lá, mas foi importante saber que o Murilo foi no ano passado, e gostou.

Grande Murilo.

Voltamos para a estrada na terça.