Blog do Flavio Gomes
F-1

UM ANO SEM SCHUMI

SÃO PAULO (sim, acabou) – O que vou escrever pode parecer chocante dada a gravidade da situação, diante do drama inimaginável, da tragédia inexplicável. Mas neste quase um ano desde o acidente de Schumacher numa estação de esqui na França, no dia 29 de dezembro de 2013, o que mais me espanta é não ter […]

SÃO PAULO (sim, acabou) – O que vou escrever pode parecer chocante dada a gravidade da situação, diante do drama inimaginável, da tragédia inexplicável.

Mas neste quase um ano desde o acidente de Schumacher numa estação de esqui na França, no dia 29 de dezembro de 2013, o que mais me espanta é não ter aparecido, até agora, nenhuma imagem do piloto. Mais, até, do que a quase ausência de informações a respeito de seu real estado de saúde.

Não que eu tenha alguma curiosidade mórbida para ver como ele está. Não, juro que não. O espanto, mesmo, dá-se pela inacreditável blindagem que a família do alemão conseguiu montar em torno dele.

Numa era de selfies, celulares com câmeras, máquinas fotográficas minúsculas, redes sociais, é verdadeiramente um milagre não ter aparecido nenhuma foto de Michael até agora.

Desde o acidente, muita gente, claro, teve contato com ele. O pessoal do resgate na França, gente que estava esquiando por perto, aqueles que fizeram o primeiro atendimento, motoristas de ambulâncias, pilotos de helicópteros, médicos, enfermeiros, funcionários dos dois hospitais onde ele ficou, fisioterapeutas, assistentes, amigos, conhecidos, pessoal de limpeza, enfim, uma multidão já chegou perto de Schumacher nesse tempo todo e ninguém vazou nada.

É incrível, e me pergunto como (e quem, exatamente, está à frente disso) foi montado o esquema de segurança que impede que qualquer imagem do heptacampeão mundial venha a público. As pessoas são revistadas, quando chegam perto dele? Aqueles que têm contato com o piloto têm de assinar algum termo de compromisso, algo assim?

De novo, não tenho curiosidade alguma além da natural de um jornalista, e não publicaria nada que chegasse na minha mão se não tivesse autorização da família. É apenas um assombro a eficiência do escudo em torno de Michael.

No mais, pouco a dizer sobre seu estado depois de um ano. A luta é longa, árdua, dolorosa, e ninguém sabe o fim dessa história.