Blog do Flavio Gomes
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SÃO PAULO (o mais caro será qual?) – Roger Baillon, morto em 1996, era um empresário do setor de transportes que ao longo dos anos, nas décadas de 50 e 60, montou uma impressionante coleção de carros que um dia seriam expostos num museu particular. Mas os negócios começaram a ir mal e, lá pelo […]

SÃO PAULO (o mais caro será qual?) – Roger Baillon, morto em 1996, era um empresário do setor de transportes que ao longo dos anos, nas décadas de 50 e 60, montou uma impressionante coleção de carros que um dia seriam expostos num museu particular. Mas os negócios começaram a ir mal e, lá pelo final dos anos 70, Baillon vendeu cerca de 50 deles e esqueceu o resto numa propriedade rural no sudoeste da França. Calcula-se que eles ficaram escondidos por décadas, até que no final do ano passado foram “descobertos” por caçadores de relíquias da Artcurial Motorcars. As aspas justificam-se pelo fato de que no meio antigomobilista francês essa coleção não era tão secreta assim.

Sexta-feira passada, 59 dos carros da coleção de Baillon foram a leilão em Paris. No total, foram arrecadados mais de 25 milhões de euros, com uma Ferrari California 1961 batendo todos os recordes, vendida por 16,3 milhões de moedas européias, o que dá coisa de 50 milhões de dilmas. O carro pertenceu ao ator Alain Delon. Aqui tem várias fotos dela, lindíssima.

A maioria dos carros estava num estado adoravelmente lamentável — muitos não serão restaurados, o charme é mesmo a ferrugem. Tinha de tudo, de um Renault 1918 vendido por 15,5 mil euros, a um horroroso Lancia 1987 arrematado por 8,3 mil. A maioria era da década de 30. Uma coleção emocionante. Veja neste link por quanto cada um foi vendido.

Baillon era uma figura interessante (se você lê francês, tem um perfil dele aqui). Fico pensando se um dia, daqui a 50 anos, vão encontrar a minha coleção, também, abandonada num galpão no interior. Se forem leiloar, favor caprichar no preço inicial de Meianov e Gerdolino.