Blog do Flavio Gomes
Nas asas

NAS ASAS

SÃO PAULO (canalhas) – A Comissão Nacional da Verdade, que apura crimes da ditadura militar, concluiu esta semana seus trabalhos e entregou o relatório final com mais de 4 mil páginas que, num mundo ideal, resultaria em milhares de processos, julgamentos e condenações daqueles que, de 1964 a 1985, violentaram o Brasil e acabaram com ele […]

SÃO PAULO (canalhas) – A Comissão Nacional da Verdade, que apura crimes da ditadura militar, concluiu esta semana seus trabalhos e entregou o relatório final com mais de 4 mil páginas que, num mundo ideal, resultaria em milhares de processos, julgamentos e condenações daqueles que, de 1964 a 1985, violentaram o Brasil e acabaram com ele — pagamos essa conta até hoje, ainda pagaremos por gerações.

Uma das atrocidades do regime militar foi acabar com a Panair do Brasil de forma autoritária e infame, entregando suas linhas aos amiguinhos dos generais e perseguindo seus proprietários.

A história toda, para quem não conhece, está aqui, em link enviado pelo blogueiro Virgo. Com o resultado do relatório da CNV, o Estado brasileiro reconhece, 50 anos depois, que foi o responsável pelo assassinato da Panair, pela desgraça de seus funcionários, pela morte de uma empresa saudável, importante e querida pelos brasileiros. É um consolo, essa admissão de culpa. Mas não passa disso, um consolo.

O que os militares fizeram de putaria durante a ditadura é algo inimaginável — além das prisões, torturas e assassinatos, a roubalheira, corrupção e iniquidade foram as grandes características do Brasil de Castelo a Figueiredo. Quem acha que os escândalos de hoje (que são investigados, inclusive) são chocantes deveria pesquisar sobre esse período trágico da história brasileira para entender a miséria, a desigualdade e o atraso em que vivemos.

Grande Panair. Que descanse em paz, agora.