Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM DE MADRUGADA

SÃO PAULO (bastante coisa pra falar) – Buenos dias, macacada. Embora tenha sido uma corrida pífia, com pífios 15 carros no grid e 11 pífios carros terminando a prova, o rescaldo está interessante. Vamos a eles, como sempre em pílulas. Ou “pírulas”, como eu dizia antigamente, e achava muito melhor que pílulas. – Nasr: ponderado […]

SÃO PAULO (bastante coisa pra falar) – Buenos dias, macacada. Embora tenha sido uma corrida pífia, com pífios 15 carros no grid e 11 pífios carros terminando a prova, o rescaldo está interessante. Vamos a eles, como sempre em pílulas. Ou “pírulas”, como eu dizia antigamente, e achava muito melhor que pílulas.

– Nasr: ponderado o quinto lugar por ter sido obtido numa corrida com apenas 11 carros recebendo a bandeirada, é preciso reforçar que o resultado foi muito marcante — não apenas por ter sido o melhor de um brasileiro em estreias, mas porque a Sauber estava numa pindaíba danada no ano passado, sem ter marcado nenhum ponto. Felipe, como disse ontem, largou muito bem, soube aguentar a pressão de uma Red Bull e não cometeu erros numa pista que não conhecia e onde perdeu um treino livre por conta da zona envolvendo Van der Ley. Manteve a cabeça fria, o que não é fácil numa estreia. Está de parabéns. “Nem eu esperava que fosse ser assim”, disse.

– Foi um barato Schwarzenegger fazendo as entrevistas no pódio. Mais engraçado ainda foi Hamilton dizer que achava que ele fosse mais alto.

– A Manor Marussia convenceu a FIA de que não conseguir ligar seus carros em nenhum momento no fim de semana era algo normal. Assim, escapou de qualquer punição. Na boa, não ligar um carro não me parece normal. Mas se os caras acham que é, OK.

– Aprender é o que importa, e a McLaren aprendeu bastante ao conseguir terminar a corrida com Button. Duas voltas atrás do vencedor. Mas o inglês, um cavalheiro, achou que foi o máximo. Não sei, juro, onde um cara como ele encontra motivação, nessa idade e a essa altura da carreira, para se arrastar com tempos de GP2. Quero ver como será com Alonso. Se ele correr.

– A coisa está feia entre Red Bull e Renault. Mas a equipe deveria ser mais grata à montadora, sua parceira de longa data e muito importante nos anos de domínio de Vettel. Em todo caso, os rubrotaurinos têm razão quando dizem que o motor é uma porcaria. Difícil negar, difícil esconder. “Regredimos”, diz Horner, e acusa diretamente a Renault.

– Horner, aliás, está desesperado com o que vê — a Mercedes em outro planeta. E acha que a FIA deveria fazer algo para diminuir a diferença. “Não é saudável”, diz, argumentando que quando a Red Bull dominou a categoria, a entidade mexeu nas regras várias vezes para evitar que seu time disparasse na frente. É verdade. Mas é verdade, também, que se a Mercedes tem trabalhado melhor, merece o que vem colhendo. É uma equação difícil. Domínio absoluto nunca é bem-vindo, piora o espetáculo. Por outro lado, recompensa os melhores. A única solução é um regulamento menos complicado e mais restritivo em algumas áreas. Dar mais peso aos pilotos. E simplificar determinados componentes e processos de construção de um carro.

– Discussões à parte, o fato é que já começam a circular boatos de que a Red Bull pode cair fora da F-1. Aliás, boatos não. Tem gente lá dentro falando abertamente nisso, como Helmut Marko.

– Foi divertido o diálogo entre Rosberg e Vettel na coletiva depois da corrida. No fim do papo, Nico convidou Tião para visitar os boxes da Mercedes em Sepang.