Blog do Flavio Gomes
F-1

CHINATOWN (2)

SÃO PAULO (zzzz) – Já são 41 poles, e contando. Com mais quatro, o que vai conseguir neste ano, Comandante Amilton empata com Tião Alemão nas estatísticas. Mas aí vai sofrer para chegar nas 65 de Senna e nas 68 de Schumacher, os caras que mais largaram na pole na vida. Hamilton fez a terceira […]

IdlppSÃO PAULO (zzzz) – Já são 41 poles, e contando. Com mais quatro, o que vai conseguir neste ano, Comandante Amilton empata com Tião Alemão nas estatísticas. Mas aí vai sofrer para chegar nas 65 de Senna e nas 68 de Schumacher, os caras que mais largaram na pole na vida.

Hamilton fez a terceira pole no ano e a quinta em Xangai. Usei “pole” três vezes, já, o que mostra como a inspiração falta quando as coisas são muito previsíveis.

Não, não temos um campeonato. Foi o que o bacana aqui falou depois da vitória de Vettel em Sepang, absolutamente circunstancial. Na gelada Xangai, com temperaturas aceitáveis diante do maçarico malaio, a Mercedes voltou a fazer o que fará durante toda a temporada: enfiar uma luneta no resto.

Bom, vamos começar do começo. No Q1, todo mundo colocou pneus macios para se garantir, afinal, de acordo com a Pirelli, eles são de 1s5 a 1s7 mais rápidos que os médios no circuito chinês. Assim, Vettel ficou em primeiro. Porque os mercêdicos não estavam entre o “todo mundo” e não se deram o trabalho de trocar pneus, para fazer seus tempos com os médios, mesmo. Uma humilhação.

Dançaram, previsivelmente, as duplas das duas nanicas, Marussia e McLaren, e Hülkenberg.

Logo depois do treino, Alonso, satisfeito com o resultado, disse que “nossa corrida hoje é contra a Osella, não podemos esperar muito mais”. E reclamou de tráfego em pelo menos três pontos do circuito, o que, segundo ele, impediu que pudesse fazer uma boa volta de classificação. “Primeiro foi o Frentzen no Cassino. Depois, o Alboreto no Bico de Pato. E, no fim, o Wurz na Eau Rouge. Desse jeito fica difícil trabalhar. Vou reclamar com o Max”, queixou-se. O repórter perguntou, então, o que Verstappen tinha feito. “Estou falando do Mosley”, esclareceu o espanhol, plenamente recuperado do acidente de Barcelona, pedindo licença aos repórteres para encerrar a entrevista “porque agora tenho uma sessão de fotos com o Fangio”.

O Q2 degolou três carros com motores Renault, óbvio, afinal motor de Clio nunca virou bem em pistas com retas longas, mais Maldonado e Pérez — a Force India já fez carros melhores.

E para o Q3 passaram as duplas da Mercedes, da Ferrari, da Williams, da Sauber, mais Grojã e Ricardão. Com uma volta em 1min35s782, Hamilton entubou todo mundo (OK, Rosberguinho chegou perto, 0s042), deixou Vettel em terceiro a quase um segundo, Massacrado em quarto, e depois Sapattos, Kimi Nventou de Contratar Esse Alemão, Ricardão, Grojã, Felipe II e Sonyericsson — que, afinal, não é tão ruim assim, usa Android e tira boas fotos.

No Grande Prêmio, leio que desde o GP da Hungria de 2012 que dois brasileiros não iam ao Q3. Uau. Mas o resultado dos dois Felipes é bom. Massa tem feito boas classificações e Nasr vai aproveitar bem o fato de a Sauber ter feito um automóvel decente neste ano para pontuar com frequência, se segurar o ímpeto. O Felipe da Williams poderia até lutar por um pódio amanhã, mas não creio que vá conseguir. Seu ritmo de corrida é sempre uma interrogação, e há pelo menos dois que virão babando desde o início para cima dele — Bottas e Raikkonen.

Vai dar dobradinha da Mercedes, claro, até porque naquele fim de mundo chinês não chove,  no máximo é uma névoa tóxica e radioativa que paira sobre o autódromo, e que não tem efeito algum na vida de piloto nenhum, exceto deformar os fetos dos filhos de todos que ficam por lá mais do que cinco dias.

Dessa prova aí não tenho saudade, não.