Blog do Flavio Gomes
Dica do dia

DICA DO DIA

SÃO PAULO (era assim, molecada…) – O “Estadão” colocou no ar uma excepcional reportagem multimídia (é o caminho, é o caminho…) sobre a execução de três jovens de classe média-alta ocorrido em 23 de abril de 1975, exatos 40 anos atrás. O caso ficou conhecido como “Rota 66”, que também virou livro, de Caco Barcellos. […]

SÃO PAULO (era assim, molecada…)O “Estadão” colocou no ar uma excepcional reportagem multimídia (é o caminho, é o caminho…) sobre a execução de três jovens de classe média-alta ocorrido em 23 de abril de 1975, exatos 40 anos atrás. O caso ficou conhecido como “Rota 66”, que também virou livro, de Caco Barcellos.

A novidade, grande novidade, neste material do “Estadão” é uma gravação feita com o coronel Erasmo Dias, então secretário de Segurança de São Paulo, em 2004. Ele pediu a quem gravou (não consegui entender quem foi) que o teor só fosse tornado público depois que ele morresse. Esta triste figura, das piores que a ditadura produziu, morreu em 2010.

Na gravação, Dias admite que os três meninos não estavam armados, que a Rota plantou maconha e armas no Fusca azul em que eles estavam, que foram fuzilados. Porque não pode fugir da polícia, diz o coronel, quem foge da polícia é bandido, e depois ele fala, com a maior naturalidade do mundo, que essas coisas aconteciam o tempo todo — “enrustir”, termo que o militar usa, provas para “arredondar” ocorrências.

Todos os policiais envolvidos no assassinato dos jovens foram absolvidos por um tribunal militar.

Marcelo Godoy e Bruno Paes Manso assinam a reportagem, mas tem muita gente envolvida na produção, e por isso acho legal colocar os créditos aqui. Parabéns a todos. O jornalismo respira.