Os últimos anos têm sido generosos com Hamilton, que também ajuda o destino. O inglês cravou mais uma pole hoje na Áustria, num sábado que teve um final esquisito: os dois pilotos da Mercedes rodando. Um deles, Rosberguinho, atolado na brita.
As rodadas aconteceram nas segundas tentativas de ambos no Q3. “Quem não erra aqui não está andando no limite”, disse Comandante Amilton ontem. Tem razão. Mas alguns pilotos não podem ser dar o luxo do erro. Os da Mercedes, sim. Porque já tinham voltas boas o suficiente, claro, para garantir a primeira fila.
Na segunda, Tião Italiano e Massacrado, tudo normal. O que não foi normal foi a degola de Raikkonen no Q1. O finlandês reclamou da equipe, que o jogou na pista sem tempo suficiente para fazer uma volta boa. A trapalhada do time resultou num patético 18° lugar, à frente apenas da dupla manor-marússica. Button e Pérez foram os outros que ficaram no Q1.
A desgraça de todos só não foi maior por causa do festival de punições aplicadas pela FIA. Kvyat e Ricciardo perderam dez posições cada por troca de motor. O australiano ainda terá um pênalti de 5s na corrida, porque tem dentes demais na boca. Alonso e Button levaram… 25 posições cada! Nunca algum piloto levou punição tão magnífica. Deveriam largar em 42°, Button, e 40°, Alonso. Como não dá, ambos foram atirados na última fila e terão de pagar stop & go e drive-through, além de 20 flexões e 50 abdominais. As últimas duas filas serão formadas pelos condenados — pela ordem, K-Vyado, Ricardão, El Fodón de la Punición e Bonitton.
No Q2, os eliminados foram Maldanado, Sonyericsson, Sainz Idade, Ricciardo e Alonso, que bem ou mal conseguiu passar da primeira fase, mesmo sabendo das punições que deveria pagar. Considerando que Nasr, Verstappinho, Kvyat e Grojã passaram, pode-se imaginar quem decepcionou — seus companheiros de equipe. Aliás, decepção ainda maior foi Maria do Bairro, ceifado no Q1. Hülkenberg, todo pimpão com a vitória de Le Mans, não só foi ao Q3, como se classificou em quinto no grid. A grande surpresa do dia.
O Q3 teve as duas rodadas mercêdicas e nada de muito mais emocionante. Voltando à vaca fria, Vettel e Massa formarão a segunda fila, Hulk e Sapattos estarão na terceira, e a quarta terá dois estreantes: Verstappen em sétimo e Felipe II em oitavo — ótimo trabalho de ambos, que ganharam posições com a punição a Kvyat. Grosjean nem andou no Q3 e ficou com o décimo lugar, que virou nono pelo mesmo motivo.
O GP da Áustria pode ter chuva. Aliás, a pista estava molhada quando começaram os trabalhos do sábado. Há 50% de chances de vir água de novo, previsão feita pelo mais preguiçoso meteorologista do planeta. Perguntado se iria chover, respondeu: “Pode ser que sim, pode ser que não”.
Na dúvida, acordemos cedo para ver a corrida.
Nota triste do dia. Um demente invadiu um calçadão em Graz, a maior cidade próxima a Zeltweg, e atropelou com sua SUV dezenas de pessoas. Estava em altíssima velocidade, e a intenção era mesmo matar gente. Três morreram, uma tragédia inominável num local tranquilo, pacato, onde acontecia uma espécie de fan-fest justamente para ver os treinos da F-1 — os tiroleses têm muito orgulho de sua pista e de seu país, e curtem muito a categoria.
Não sei mais o que pensar da humanidade. Essa insanidade aconteceu dois dias depois de um outro demente invadir uma igreja frequentada pela comunidade negra nos EUA e matar nove.
Sigo uma conta no Twitter que monitora meteoritos e asteróides que passam pelas proximidades da Terra. Todo dia algum chega perto, e eles informam seu tamanho, a distância que passou daqui, sua velocidade e a capacidade de destruição. Todo dia torço para algum nos acertar em cheio.