Blog do Flavio Gomes
F-1

50 TONES DE SILVER (1)

SÃO PAULO (chove aqui, faz sol lá…) – Estava lendo sobre o GP da Inglaterra do ano passado. Foi no meio da Copa. Teve uma Copa aqui em 2014, lembram? Pois bem. Hamilton ganhou e Rosberg quebrou o câmbio. Lewis tinha feito uma cagada qualquer no treino e largou só em sexto. Aí teve uma […]

coral-frios2SÃO PAULO (chove aqui, faz sol lá…) – Estava lendo sobre o GP da Inglaterra do ano passado. Foi no meio da Copa. Teve uma Copa aqui em 2014, lembram? Pois bem. Hamilton ganhou e Rosberg quebrou o câmbio. Lewis tinha feito uma cagada qualquer no treino e largou só em sexto. Aí teve uma panca do Raikkonen e bandeira vermelha. Quando recomeçou, Hamilton passou uns caras, Nico quebrou e ele ganhou. Mas quem estava na frente no campeonato era Rosberguinho. Comandante Amilton começava a desenhar a virada definitiva.

Será que algo parecido pode acontecer neste fim de semana, uma nova reviravolta, mas agora do alemão?

Ele foi o mais rápido nos dois treinos livres de hoje. Quebrou o câmbio de manhã, também, mas já trocaram e está tudo OK. Na sexta-feira ensolarada de Silverstone, Rosberguinho virou, de tarde, 1min34s155. Deixou Hamilton em quarto a 0s466. Uma eternidade, tratando-se de Mercedes. Entre os dois ficaram as duas Ferrari, com Kimi em segundo e Tião Italiano em terceiro, ambos a pouco mais de 0s3 do líder e coisa de 0s1 à frente do líder do Mundial.

Quem andou bem nas duas sessões foi a turma da Renault. Verstappinho ficou em terceiro e Sainz Idade em quinto, pela manhã. Na sessão vespertina, Kvyat e Ricciardo terminaram em quinto e sexto, com o jovem Max em sétimo.

E quem não andou nada foi a Williams, com Massa a quase 2s da ponta e Bottas na mesma balada. A Williams oscila mais do que o índice Nasdaq neste campeonato.

É importante fazer a pole em Silverstone. Embora seja uma pista ainda de alta velocidade, é difícil ultrapassar porque não há freadas fortes. Ao contrário do que indicaria o senso comum, pistas rápidas, onde dá pra “tirar racha”, são ruins para ultrapassar, ainda mais com esses carros tão dependentes de aerodinâmica — quando perceberem que aderência mecânica pode gerar provas mais divertidas, as coisas melhoram na F-1.

Lá atrás, Alonso conseguiu ficar em 14° a 2s5 de Hamilton, enquanto Button lutava por milésimos na disputa ferrenha com a Manor Marussia, uma coisa deprimente. Fernando chegou a dar um longo passeio na brita — Silverstone ainda tem caixas de brita, não sei até quando, porque a chatice impera e um dia vão mandar asfaltar tudo. “Escorreguei porque não temos controle de tração como a Benetton e a Brabham. Queriam o quê? Temos limitações. A Ford está trabalhando. Giancarlo está atrás de patrocínios. Aprendo muito com Tarso. Assim é a vida. Quando pudermos ter esses recursos, acho que poderemos passar a Ligier e a Cooper-Climax. E andaremos perto da BRM. Tudo é questão de tempo”, declarou o espanhol, inteiramente recuperado da pancada na cabeça em Barcelona, no início do ano.