Blog do Flavio Gomes
Gomes

ENTREVISTA COM O BLOGUEIRO (15)

SÃO PAULO (calma que tem pra todo mundo) – Achei que ia matar em 18 dias, uma sessão de perguntas e respostas por dia, mas que nada… Bom seria se eu só tivesse o blog para me ocupar! [bannergoogle] Bem, vamos em frente. Lembrando que perguntas são publicadas sem edição nesta coletiva com o blogueiro. […]

SÃO PAULO (calma que tem pra todo mundo) – Achei que ia matar em 18 dias, uma sessão de perguntas e respostas por dia, mas que nada… Bom seria se eu só tivesse o blog para me ocupar!

[bannergoogle] Bem, vamos em frente. Lembrando que perguntas são publicadas sem edição nesta coletiva com o blogueiro. E que quem não perguntou, azar… Pode ser que haja um segundo turno, mas nem dá para pensar em algo parecido antes de acabar de responder as 18 páginas de questões propostas por vocês.
Na contagem regressiva, hoje seguem as perguntas da página 15. Divirtam-se e comentem loucamente. Não é todo dia que estou de bom-humor.

Douglas – Já que abristes o precedente, farei uma solicitação, não uma pergunta… voce tem diversos antigos, de extremo bom gosto, faça um post com eles, suas fotos, dados e, caso algum deles tenha uma história interessante (como no caso da recompra do Twingo goiabinha, por exemplo), conte-nos.
RESPOSTA – Dá muito trabalho. Não tenho carros para exibi-los, e sim porque gosto deles. De vez em quando, e isso já aconteceu bastante, menciono um ou outro por razões bem específicas – foi o caso do Twingo. E se você procurar bem, creio que já fotografei todos meus carros e, em algum momento, eles apareceram aqui, ou no Twitter, ou no Instagram. Fazer um post com todos eles não é algo relevante. Talvez quando meu museu particular estiver pronto. Aí cobro ingresso. Bem caro.

Parece o Twingo, então vai esse mesmo

Bruno Abila – Que carro, nacional, zero km, você levaria pra casa?
RESPOSTA – Um Up!, porque se parece com o Twingo.

Adriano Silva – Sendo você há tanto tempo envolvido no automobilismo do país não só como jornalista mas também como piloto, crítico, colecionador, promotor de eventos, etc., já cogitou envolver-se mais diretamente nas instituições reguladoras do esporte, tipo, ser dirigente de confederação ou algo assim? Acredita que conseguiria contribuir mais para mudar a realidade deste esporte?
RESPOSTA – Nunca. É algo que não me atrai em absolutamente nada. Teria de bater de frente com muita gente e de conviver com pessoas por quem não nutro nenhuma admiração. Só aceitaria um cargo assim se tivesse poderes imperiais e pudesse despachar algumas pessoas para um navio no meio do Atlântico. Melhor, do Pacífico.

Homar – FG, beleza!!! Cara muito doido essa sua posição. Confesso que sempre pensei nisso em relação a você e a outras “figuras” interessantes no meio esportivo(apenas). Chegou o momento e não sei o que perguntar :-) Mas vamos lá. Teve alguma ultrapassagem que você fez que lembrou aquela do Piquet no Senna na Hungria….ou seja, passou, e ainda mandou aquele beijo. Ou foi algum susto de batida em que você escapou por pouco. Qual a sua melhor lembrança das suas corridas?
RESPOSTA – Digamos que nunca corri com carros que me desses enormes condições de fazer ultrapassagens inesquecíveis. Mesmo assim, fiz algumas legais. Com o Meianov, por exemplo, jantei o Trovão Azul uma vez no S do Senna. É um Passat, e o piloto é bom, o Rogério Tranjan. Então, foi um daqueles risquinhos no capacete que a gente não esquece. E fiz algumas largadas divertidas, também com o Lada, como esta aqui. Em 2008, com o Corcel Pac-Man em Londrina, passei dois como o Hakkinen em Spa. Mas não encontro o vídeo. Nestes anos todos de corrida de clássicos, guardo com muito carinho os primeiros farnéis em Interlagos, em 2006, quando a blogaiada começou a se conhecer pessoalmente, muitos deles voltando a frequentar o autódromo depois de anos – façanha que devemos ao velho e querido #96. Pode-se dizer que aquele DKW detonou um movimento interessante de trazer de volta a Interlagos pessoas que andavam afastadas das corridas. E a partir dos encontros que começaram a acontecer nasceram amizades e empreendimentos que persistem até hoje. Aquele carrinho, do jeito dele, foi muito importante. E o dia em que disputei a última corrida com ele foi muito emocionante.

Salvo engano, a foto é do primeiro farnel, em junho de 2006; mas falta o Veloz HP

Sergio Ricardo – Já me emocionei em vários de seus textos devido a ter quase a sua idade e por ter observado a vida de maneira parecida com a sua minha paixão por DKW nasceu com uma Universal 57 primeiro carro do meu pai e por aí vão outras paixões. O texto após a vitória do Lula em 2002 para mim é emblemático e me representa demais e hoje com você vê a escalada de ódio e a nação coxinha que não enxerga nada e com a qual convivemos diariamente??
RESPOSTA – Nunca vivi momento político tão triste. Sempre houve um ódio latente a qualquer governo ou político de orientação de esquerda entre a elite e a classe média brasileiras. São pessoas que não se conformam com a perda de privilégios e com a ascensão daqueles que até dez anos atrás nada mais eram do que serviçais condenados à miséria. As redes sociais deram voz a todo mundo. Inclusive a esses que se escondem atrás de teclados e que dizem/escrevem coisas que não teriam coragem de assumir numa conversa olho no olho. O que é bom, porque a partir delas conseguimos definir e conhecer melhor as pessoas e aquilos que elas pensam – pensamentos que não conheceríamos se não fosse essa possibilidade de se manifestar em público pelas redes sociais. Tenho me decepcionado com muita gente. O pensamento conservador, reacionário, de indignação seletiva, de ódio, de preconceito, de homofobia, racismo e intolerância parece ter aflorado. Mas pode ser que sempre tenha sido assim. O que só me leva a concluir que o brasileiro de classe média – que no fim das contas é com quem convivo na maior parte do tempo – não tem o mais remoto senso de nação, não se preocupa com os outros, é individualista ao extremo, é violento, hostil, agressivo, virulento. Aquele belo lugar do texto de 2002 simplesmente não existe e não sei se existirá.

Alessandro – Primeiramente muito bacana esta abertura que você está dando ao seu público. Acompanho sempre seus comentários, principalmente sobre automobilismo e é claro que fica evidente suas preferências. Minha maior dúvida e o que sempre me pergunto é o motivo de você defender o PT e o Lula, mesmo debaixo desta enorme avalanche de escandalos de corrupção. Antes de tudo deixo claro que não sou da oposição ou defendo outro partido qualquer. Sou apenas um cidadão que se sente muito mal frente a tudo que está acontecendo com o país. E, como acompanho sempre suas noticias e comentários automobilisticos, e me identifico com eles, fica sempre esta interrogação sobre a sua real percepção de tudo que está ocorrendo no Brasil e com o PT.
RESPOSTA – Por que é que hoje se estranha tanto alguém defender o Lula e o PT? Qual é o grande crime que ele cometeu? Tirar 40 milhões da linha de pobreza absoluta? Tentar redistribuir renda? Fazer um governo para os pobres? O PT e Lula cometeram vários erros, mas o ódio que a direita nutre a ele e ao partido tem mais a ver com seus acertos do que com seus erros. Algum governo antes do PT investigou corrupção como agora? Em qual governo empreiteiros e funcionários corruptos foram presos como agora, em que pese a sanha midiática do juiz Moro? Quem conduz as investigações? A PF, que responde ao Ministério da Justiça. Ao governo, em última análise. Quando uma Polícia Federal teve tanta autonomia na história do Brasil? Qual governo de qual partido permitiu, calado, que seus integrantes fossem investigados, processados e condenados como o atual? Quem paga propina? É o PT? Ou é a elite que sempre fez isso desde sempre? Por que ocorrem escândalos? Porque essa mesma elite – empresarial, política, industrial, midiática – nunca conseguiu fazer um negócio honesto na puta da vida sem comprar alguém. Isso não começou em 2003, com o PT. Procure saber como se formaram as grandes fortunas e as grandes corporações nos últimos 100 anos. Claro que o PT comete erros terríveis. O maior deles é ter tido medo de romper com as estruturas de poder do país para governar. Medo de um golpe, medo da reação. O que aconteceu é que os poderosos de sempre, num primeiro momento, passaram a estudar o novo terreno no qual se moveriam e ficaram em prudente silêncio. Depois de algum tempo, encontraram condições favoráveis para fazer o que sempre fizeram, e partiram de novo para cima da carniça sem a menor vergonha. Do outro lado, encontraram um governo formado por alianças estúpidas que cedo ou tarde sucumbiria à sua sanha. A estratégia de fragilizar o atual governo é claríssima, e como o governo optou por ser fraco, tantas são essas alianças com partidos que não têm o menor projeto de país, está dando certo. Ainda assim, a alternativa é o PSDB. Aécio, seu expoente. O cara que mandou fazer um aeroporto na fazenda do titio. E isso, incrível, parece não escandalizar ninguém. Já o Lula ter um apartamento no Guarujá, comprado de uma cooperativa de bancários, não pode. Porque pobre tem de ficar no seu lugar, um operário não pode ter apartamento no Guarujá, onde já se viu?

Nenê – Vai ser o post mais comentado da história do blog, certeza! Eu tenho mais de uma, e uma admiração enorme pelo cidadão Flavio Gomes. Vamos tentar resumir então: Acredito ser essa a maior fonte de atritos em seu blog e no twitter (especialmente): Onde vc acha que termina a figura pública e começa o cidadão Flavio Gomes? Até onde eu, que entro aqui diariamente, te encontrei em Interlagos e no Blue Cloud, podemos ir em termos de intimidade? É possível sentar numa mesa e tomar umas, por exemplo?
RESPOSTA – Não, não será o mais comentado. Não sou tão popular assim. Eu sou em público exatamente o que sou na vida privada. Defendo o que penso e não escondo minhas ideias, minhas opiniões e convicções. Agora, é claro que o fato de me ler, ouvir, ver na TV não faz de ninguém, por mais assíduo que seja, meu amigo íntimo. No máximo, alguém que me conhece bem porque, como disse, sou muito claro naquilo que penso. Pode ser que você me conheça melhor do que ao seu melhor amigo, já que me lê todo dia. O que não faz de você meu melhor amigo, evidente, porque não te conheço – pode ser que conheça, mas não identifiquei pelo nick. Intimidade não é algo que se compra no supermercado. Nem que se determine unilateralmente. Ninguém precisa ter medo de mim, de me abordar, de conversar, de me convidar para um café. O máximo que pode acontecer é eu recusar o café.

Rui P. Piva – Boa Flavio!
RESPOSTA – O cabra tem a maior chance do mundo de perguntar algo e desperdiça! Mas entendi a mensagem, Rui, obrigado.

Alexandre Giesbrecht – Você teve uma passagem fugaz pela Placar (explicada num texto anterior). Assim como você, foi minha leitura de infância e adolescência — apesar de eu ser pouco mais de uma década mais novo, as da sua infância também fizeram parte da minha, pois havia muitos exemplares antigos em casa. Não sei se você ainda lê a revista, até acredito que não. Independentemente de ler ou não, como seria a sua Placar nos dias de hoje, se você fosse nomeado ditador vitalício da revista. (No fim das contas, esta pergunta é sobre a sua visão do jornalismo impresso nos dias de hoje.)
RESPOSTA – Não, não leio mais e faz bastante tempo. Falando hipoteticamente, pensando numa revista de futebol, e não especificamente em “Placar”, que já não existe mais da maneira como era nos anos 70 e 80, eu faria algo baseado em grandes histórias. Reportagem pura, bons textos, sofisticação gráfica. Mas não faria essa revista hoje, teria feito há 20 anos. Não vejo futuro para revistas, infelizmente. A não ser para nichos muito específicos. Ainda assim, não consigo vislumbrar nada num impresso que não possa ser substituído pelas mídias digitais. São mais baratas, não demandam papel, tinta, impressão, máquinas gigantescas, encalhe, custos de distribuição. A mídia impressa hoje é quase inviável economicamente, embora eu ainda leia jornal de papel todo dia. E livros. Livro é algo que considero insubstituível.

Felipe Toniato – Flavio, queria te enviar umas fotos de carros que tirei atraves desse mundao a fora, qual o seu email?
RESPOSTA – Coloque na internet e me mande o link. É mais fácil.

Ozzmair – FG , bom dia!!! Existe alguma chance de rolar um programa especial na FOX em que você entrevistaria Nelson Piquet?
RESPOSTA – Temos projetos de programas de automobilismo no Fox Sports e é claro que uma vez existindo um programa uma entrevista com Piquet é sempre uma possibilidade.

Gus – Por quê você gosta dos carros do Leste Europeu? É por causa da ideologia socialista que (a mim parece) deixa claro nas tuas posições, ou por quê os carros em si te cativam em algum ponto em especial? Existem tantos carros “puros” (sem frescura) no Ocidente, mas tua predileção pelas máquinas russas é oriunda apenas da admiração pela máquina em si?
RESPOSTA – Creio que já respondi isso. E não gosto só de carros do Leste Europeu, tenho vários ocidentais, também. A maioria, inclusive. Gosto muito dos nacionais. Os importados, salvo exceções muito pontuais, me interessam menos.

Marco Paulo – Parabéns Flavio pela iniciativa. Atitude muito simples, aberta e corajosa de alguém que se sente perto de seu publico para dar esta abertura com relação a todos os aspectos de sua vida. Isto só demonstra transparência para com os seus leitores e que não tem “nenhum rabo preso” que gostaria de esconder ao contrario do que ocorre nos dias de hoje
RESPOSTA – Obrigado.

Daniel Pereira – Na sua opiniao, qual o piloto mais malandro/dick vigarista/pilantra da historia?
RESPOSTA – Detesto essa alcunha de “Dick Vigarista”, porque ela colou em Schumacher numa época em que seus “haters”, inconformados com a queda das marcas de Senna, se esforçavam para desqualificar suas conquistas. Acho meio babaca, coisa de “pacheco” que não entende nada de corridas, ou de esporte. Não consigo lembrar de nenhum tão desleal assim. Mas lembro de ter ficado com muita raiva de Mansell naquele GP de Portugal de 1989, quando ele bateu em Senna quando já estava desclassificado. Mas acho que foi mais coisa de retardado do que de mau caráter.

Otavio – Flavio, para ser direto e reto. Qual o motivo de tanta adoração por comunismo/Países comunistas? Você acha mesmo que o sistema capitalista não funciona? Me espanto pois com isso pois você trabalha com Imprensa, logo ela precisa de liberdade para existir. Você trabalha com imprensa automobilística que precisa de patrocinios. Para mim é muito estranho isso. Pronto, só.
RESPOSTA – E você acha que o sistema capitalista funciona? Dê uma volta pelo centro de São Paulo, veja a pobreza, os moradores de rua, os desamparados, os que nunca tiveram e nunca terão chance alguma na vida. Dê um pulo nas favelas. Ou nas periferias de grandes cidades da Europa. Vá visitar alguns países africanos. Procure dados sobre a miséria e a fome no mundo. Viaje pela América latina. Não há milagre num sistema regido pelo capital. Existe uma quantidade X de riqueza no mundo, lastreada por metais preciosos, divisas em moedas fortes, mercado financeiro. Para que poucos tenham muito, é preciso que muitos tenham pouquíssimo, quase nada. Não queira me convencer que do ponto de vista humanitário esse é um sistema que funciona. Seus outros argumentos são pueris. “Ah, ele é comunista e gosta de carro de corrida. Ah, ele é comunista e precisa de dinheiro. Ah, ele é comunista e quer liberdade para ser jornalista”. Papo antigo e frágil. Nenhum regime comunista, em suas bases teóricas, prevê falta de liberdade como política de Estado. Nenhum regime comunista determina que as pessoas não podem ter ambições pessoais, apenas proclama o direito de todos terem acesso às mesmas coisas. Se você acha que abominar – e combater, com as armas que tenho, e no caso são as palavras – a desigualdade e lutar por um mundo mais justo é ser comunista, OK, sou comunista. Mas vá estudar um pouco antes de expor esse pensamento reducionista.

Paulo Z – Quais são os carros que você possui?
RESPOSTA – Já respondi isso, creio.

Marcos Milani – Como funciona a consciência de quem pactua com ideologias totalitárias e, portanto, despreza por completo o sistema democrático clássico? Considerando que você defende regimes nos quais ditadores viviam em palácios controlando “com mão de ferro” o povo.
RESPOSTA – Uia, um liberal. Minha consciência funciona muito bem, e a sua? Por que não deveria… “funcionar”? Mas respondo com outras perguntas. Como é que você pactua com o sistema democrático clássico que produz um país que se acha no direito de impor sua maneira de pensar – e de agir – a nações mais frágeis militarmente? Como é que você pactua com o sistema democrático clássico que apoia ditaduras sangrentas em nome do Deus Mercado e de vantagens financeiras e hegemonia geopolítica? Eu apenas defendo o direito que todo povo tem de escolher seu próprio caminho, sem interferências externas. Você nunca leu uma única linha minha defendendo ditadores que vivem em palácios à custa da miséria e da desgraça de seu povo. Tampouco defendendo democratas clássicos que fazem o mesmo. O que você acha que significa a previsão de que 1% da população mundial, no ano que vem, passará a possuir 50% de toda a riqueza dos 99% restantes? Em qual cenário isso se dá? Num mundo de países comunistas e totalitários? Ou no mundão do sistema democrático clássico? O poder exercido pelo capital é terrivelmente mais cruel e perverso do que aquele exercido por qualquer ditador. Ditadores morrem. Ou são derrubados pelo povo, quando o povo quer. O capital é invisível.

Carlos Cortes – Flavio, você não acha incoerente, defender a esquerda, o comunismo, modelos comunistas, como o cubano, os do leste europeu (não estamos aqui discutindo democracia ou ditadura) e curtir todas as benesses do capitalismo, podendo por exemplo colecionar veículos clássicos graças ao poder do capital?
RESPOSTA – Meu amigo, eu coleciono carros graças ao poder do meu trabalho. Se ele gera capital, e posso trocar esse capital por carros antigos, ótimo. Se não desse, ótimo do mesmo jeito. Esses silogismos baratos soam ridículos. “Flavio defende a esquerda. A esquerda defende os pobres. Flavio tem de ser pobre”. Ou: “Flavio combate os ricos. Os ricos têm dinheiro. Flavio não pode usar dinheiro”. Vocês poderiam se poupar de tanta infantilidade. Eu viveria muito melhor num país menos desigual sem ter coleção nenhuma de carros. Eu viveria muito melhor num apartamento menor num país em que o cara que dorme na rua pudesse ter um apartamento igual ao meu. Colecionar carros é apenas um gosto. Gasto meu dinheiro com o que quiser, pois ele é ganho com honestidade e trabalho. Não sou obrigado a viver num monastério, nem a fazer voto de pobreza, porque desejo que meu país seja menos desigual. Faço minha parte exercendo minha cidadania e não fechando os olhos para a iniquidade, ainda que isso não resolva os problemas do mundo. Mas já é mais do que faz muita gente. No mais, visite os países do Leste Europeu e veja se você vai encontrar a desigualdade que encontra nos países ocidentais tutelados pelas grandes potências. Não se esqueça que os regimes comunistas caíram há pouco mais de 20 anos. Veja que tipo de sociedade esses regimes construíram. Eu preferiria mil vezes viver hoje, em 2015, num país como a Alemanha Oriental do que num país como o Brasil.

Khaled – FG, já fizestes troca-troca (trocatroca, trocattroca??)?? kkkkkkkkk
RESPOSTA – Não, mas fique à vontade para relatar suas experiências.

A Ligier de 1976 com Laffite

Fernando R. Pereira – Se você pudesse pilotar um carro de F-1 de qualquer época, por uma volta em Interlagos, qual carro escolheria e por quê?
RESPOSTA – A Williams de 1993, com tudo que tivesse direito: controle de tração, suspensão ativa, câmbio automático, freio ABS… Para não fazer nenhuma cagada. Mas pensando apenas de uma forma mais lúdica, eu adoraria dar uma volta na Ligier do Laffite, um dos carros mais lindos da história, normalmente pouco lembrado.