Blog do Flavio Gomes
F-1

MISHARIA (2)

SÃO PAULO (brincadeirinha) – Um fim de semana de F-1 é composto por quatro horas de treinos livres, uma hora de classificação e duas horas de corrida — arredondando, no caso do GP, que “vareia”. Essas quatro horas de treinos livres, numa categoria que proíbe testes privados, são importantíssimas. É tempo de sobra, diga-se, para […]

misha2SÃO PAULO (brincadeirinha) – Um fim de semana de F-1 é composto por quatro horas de treinos livres, uma hora de classificação e duas horas de corrida — arredondando, no caso do GP, que “vareia”.

Essas quatro horas de treinos livres, numa categoria que proíbe testes privados, são importantíssimas. É tempo de sobra, diga-se, para reconhecer o asfalto, estudar os pneus, simular classificação e fazer longos stints.

Só que em Sóchi essas quatro horas viraram… 35 minutos! Ontem, no primeiro treino, um caminhão derramou diesel na pista, a sessão foi encurtada e o asfalto estava uma porcaria tão grande que a pilotaiada resolveu não andar muito. Na sessão vespertina, caiu o mundo. E como a previsão era de tempo seco sábado e domingo, ninguém quis molhar o macacão. E hoje pela manhã, no terceiro treino livre, Carlos Sainz Jr. deu uma senhora pancada quando faltavam 25 minutos para o fim, e a organização suspendeu tudo para arrumar a barreira de pneus.

O menino está bem, felizmente. Foi levado para o hospital, mas ainda na ambulância tuitou essa foto aí do lado. O espanhol da Toro Rosso não participou da classificação, mas os comissários o liberaram para correr. Agora, falta o OK dos médicos (ele vai dormir no hospital). Deve dar tudo certo.

Com pouco tempo de pista para todo mundo, era de se esperar um grid sem grandes surpresas, respeitando a relação de forças que se tem visto até aqui na temporada. Ninguém teve tempo para nenhuma grande sacada, o negócio era colocar o trabalho no modo “standard”.

E foi assim.

Sem Sainz Jr., o Q1 eliminaria apenas quatro carros, e os eleitos foram, como de costume, a dupla manor-marússica, com Leroy Merhi de volta (Primo Rossi está escalado para a GP2)  para fazer o último tempo — e ainda perder 25 posições, para largar de Leningrado. El Fodón de La Eliminación ficou em 16º, e com 35 posições perdidas no grid por troca do TKR de bandeja e do Tojo GR300 (com a frente cinza, não a preta) parte de Vladivostok no dia de seu 250º GP. Sonyericcson e Cat Stevens ficaram entre os dois.

Felipe II passou — um bom desempenho em relação ao companheiro da Sauber. Lá na frente, Rosberguinho ficou em primeiro, com Sapattos em segundo. A Mercedes não usou os pneus supermacios. Não precisou.

Vale um destaque no Q1 para Bonitton, em 14º. Ficou a apenas 1s3 de Nico, num circuito longo de voltas demoradas. OK, seria bem maior a diferença se os mercêdicos usassem os pneus-chiclete, mas vá lá. Para a McLaren de hoje, ir ao Q2 é uma vitória.

[bannergoogle] Na segunda parte da classificação, Hamilton e Rosberg mostraram que não estavam para muita brincadeira. Logo de cara entraram na casa de 1min37s, com o alemão à frente: 1min37s500, 0s172 mais rápido que o líder do Mundial. O vexame foi Massa. Enquanto Bottas beliscava as primeiras colocações, o brasileiro se atrapalhava todo lá atrás. Errou em duas voltas e quando tentou na terceira, sempre com os mesmos pneus (a borracha gasta pouco na pista soviética), eles perderam aderência e ficou impossível virar tempo. Resultado: 15º lugar no grid. Um desastre completo. Massa ficou a 2s395 de Rosberguinho, enquanto Bottas fechou sua melhor volta em terceiro, 0s694 mais lento que a Mercedes, apenas. A Rússia não traz muita sorte ao piloto, que no ano passado teve problemas de motor ainda no Q1. Como é corrida de apenas uma parada, não se deve esperar nenhum milagre de Felipe amanhã.

Dançaram junto com Massacrado, pela ordem, K-Vyado (decepção caseira), Felipe II (boa posição de largada, no fim), Bonitton e Maldanado. Passaram ao Q3 as duplas da Mercedes, da Ferrari e da Force India, junto com um da Williams, um da Red Bull, um da Toro Rosso e um da Lotus.

E foi um Q3 totalmente sem graça, porque o lance era fazer uma ou duas voltas para esquentar o pneu e tentar mais uma ou duas rápidas, sem necessidade — ou tempo hábil — de troca. Logo de cara Rosberguinho fez 1min37s113 e Hamilton ficou 0s320 atrás. Bottas cravou um tempo 0s799 pior que o do alemão. E ninguém melhorou nada até o final. Quando Comandante Amilton errou numa tentativa e voltou aos boxes, já não havia mais o que fazer. O cronômetro estava quase zerado. Fim de papo.

Nico fez sua terceira pole no ano, a segunda seguida. No Japão, não adiantou muito. Foi também a 18ª de sua carreira. Bottas terá a seu lado na segunda fila um discreto Vettel, que fechou a volta a 0s852 da pole. Na terceira fila, já mais de 1s mais lento, Raikkonen e Hülkenberg. Pérez, Grosjean, Verstappinho e Ricardão fecharam a lista dos dez primeiros, sem novidade alguma.

A corrida do ano passado foi chata. A de amanhã, pelo jeito, será de novo. Um pit stop, isso já foi dito, será a estratégia-padrão. Tudo deve se resolver na largada entre Rosberguinho e Lewis. É melhor que o platinado tedesco faça algo se for atacado pelo britânico na primeira curva, como em Suzuka. A disputa pelo pódio entre Vettel e Bottas será a única coisa a observar com mais atenção. No mais, não deve acontecer nada muito especial.

Tomara que eu esteja errado, claro.