Blog do Flavio Gomes
MotoGP

ROSSI, ROSSI…

SÃO PAULO (olha…) – Antes da classificação para Austin, falemos rapidamente de Sepang. Que foi isso, Valentino? Chutar o adversário assim, na cara dura? Dani Pedrosa venceu, com Lorenzo em segundo e Rossi em terceiro. O italiano lidera o campeonato com sete pontos de vantagem para seu companheiro de Yamaha — companheiro é modo de dizer, […]

SÃO PAULO (olha…) – Antes da classificação para Austin, falemos rapidamente de Sepang. Que foi isso, Valentino? Chutar o adversário assim, na cara dura?

Dani Pedrosa venceu, com Lorenzo em segundo e Rossi em terceiro. O italiano lidera o campeonato com sete pontos de vantagem para seu companheiro de Yamaha — companheiro é modo de dizer, já que os dois viraram inimigos oficiais.

Il Dottore já foi punido pela MotoGP e vai largar em último em Valência, na prova que define o campeonato. É um certo prejuízo, claro, mas em provas de moto a chance de recuperação é bem maior do que com carros. A Yamaha achou a pena “severa demais”. Lorenzo considerou leve.

O fato é que o campeonato está pegando fogo faz algum tempo e agora atingiu seu maior ponto de fervura. Difícil imaginar o que a Yamaha fará ano que vem, com dois pilotos que se odeiam. Rossi, um sujeito afável e amado por todos — quan do falo “todos”, me refiro ao público, à imprensa e a alguns pilotos –, virou um vilão tardio, na reta final de sua carreira. Nunca foi considerado exatamente um piloto sujo, embora seus rivais ao longo dos anos torçam o nariz para algumas de suas atitudes — mas sempre achei que mais por inveja do que qualquer outra coisa.

No caso específico da Malásia, a impressão que tive foi que ele chutou Márquez, com quem vem se estranhando há algum tempo, acusando-o de ajudar o patrício Lorenzo na disputa do título. A Honda achou o mesmo. Vale se defende. Falou que o jovem espanhol estava jogando sujo, pior do que na Austrália, e que quis apenas dizer que “já era o bastante”. “Ele tocou na minha perda e eu tentei fazer com que ele perdesse tempo”, disse, bem puto dentro do macacão.

Sem avaliar o resto da corrida, aquilo que Rossi chama de já ter sido o bastante, e ficando apenas no lance da queda, a minha percepção foi a de que o italiano deu um bico em Márquez. A direção de prova teve a mesma impressão. Não acho legal chutar um rival. Claro que isso não significa que Rossi é um cafajeste, o maior bandido da história das duas rodas, que não merece ser campeão etc. Acho até que merece, renascido depois de anos ruins na Ducati. Pode ter sido apenas um momento de raiva, um desabafo em forma de pontapé, e no limite ele até pode ter tido suas razões.

Mas que não foi legal, não foi.

MotoGP 2015: Rossi e Márquez se tocam no GP da Malásia