Blog do Flavio Gomes
DKW & cia.

TÁ PERDOADO

SÃO PAULO (daqui a pouco tem treino) – Estou dando uma atualizada nesse Belcar, que está comigo há 14 anos. Nada que macule sua natureza dois-tempista, claro. Coloquei freios a disco (ele tinha problemas crônicos de freio), algo que a Vemag vendia como opcional, homocinéticas (ninguém mais engraxa cruzetas neste mundo) e pneus novos (diagonais). […]

SÃO PAULO (daqui a pouco tem treino) – Estou dando uma atualizada nesse Belcar, que está comigo há 14 anos. Nada que macule sua natureza dois-tempista, claro. Coloquei freios a disco (ele tinha problemas crônicos de freio), algo que a Vemag vendia como opcional, homocinéticas (ninguém mais engraxa cruzetas neste mundo) e pneus novos (diagonais). É o que basta para fazer dele meu carro de uso diário, porque não tem nada como guiar um DKW. O resto está perfeito. Motor, Lubrimat, distribuidor, faróis, rádio, luzes internas, interior imaculado (caramelo, a cor), escapamento, tudo funcionando lindamente.

Hoje, no entanto, o “67” (este é seu nome; meus sedãs DKWs são conhecidos pelos anos de fabricação, na família, com exceção do #96) me deixou na mão. Ao entrar no estacionamento da TV, travou na primeira marcha e fui obrigado a deixá-lo lá.

Fiquei com raiva num primeiro momento. Mas passou depois de cinco minutos.

Como ter raiva de um carrinho que tem 48 anos de vida e nunca foi restaurado? Que foi vendido para um dentista de Brasília no dia 4 de dezembro de 1967, que está vivo e tem 95 anos de idade? Que foi montado com algumas peças VW, como a buzina, porque naquele ano a Vemag já tinha sido incorporada pelos alemães? Que veio com o manual original e a primeira apólice de seguro, batida a máquina?

Não, não dá para ter raiva de um carrinho que sorri para você todas as manhãs.

Vamos desenrolar esse negócio do câmbio e semana que vem ele estará rodando alegremente por aí. É o Crispim que vai arrumar. Imagine se estou preocupado…