Blog do Flavio Gomes
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ENTREVISTA COM O BLOGUEIRO (2)

SÃO PAULO (uma hora tem de acabar) – Não sei onde encontro horas para tudo. Mas vamos lá. Faltam apenas duas levas, e nossa entrevista coletiva blogaiada-blogueiro, que começou em 1º de julho e eu esperava que terminasse em 18 dias, vai chegando ao fim em… cinco meses! Cinco meses, quase! Vai ser lerdo assim […]

SÃO PAULO (uma hora tem de acabar) – Não sei onde encontro horas para tudo. Mas vamos lá. Faltam apenas duas levas, e nossa entrevista coletiva blogaiada-blogueiro, que começou em 1º de julho e eu esperava que terminasse em 18 dias, vai chegando ao fim em… cinco meses! Cinco meses, quase! Vai ser lerdo assim no inferno.

[bannergoogle] Jornalismo, sexo, Fórmula 1, vida pessoal, redes sociais, carros, tem de tudo. Muita coisa repetida, mas para isso está o link lá embaixo, onde é possível encontrar as 16 sessões anteriores de perguntas – nunca editadas, sempre vale lembrar. Algumas respostas, vocês vão notar, serão bem curtas porque não merecem mais do que uma ou duas palavras. Sorry, a culpa é de quem pergunta.

Vamos em frente.

Neto – Qual sua visão sobre o sigilo das fontes jornalísticas? Em alguns casos não é uma autorização para criar “estórias”? Parabéns pelo blog.
RESPOSTA – Concordo, mas em parte. Depende muito do jornalista. É difícil lidar com isso. Muitas fontes têm mesmo de ser preservadas, por questões de segurança, até. Mas, de fato, jornalistas mal-intencionados, incompetentes, escrotos e antiéticos se usam dessa “permissão” para inventar coisas, fazer o jogo de alguém, criar declarações. Só há um mecanismo de controle: o leitor, que precisa depurar o que vê, ouve e lê e ter um filtro particular, saber em quem acreditar. Antes, havia também o chefe imediato, o dono do veículo, gente que funcionava como antídoto para picaretas, desde que não fossem, também. Hoje, essa figura perdeu a importância porque na internet os controles são inexistentes. No fim das contas, é a credibilidade de quem escreve ou fala que determina se uma informação atribuída a fonte secreta deve ser levada a sério.

Mauricio Camargo – Gosta de Rugby?
RESPOSTA – Só dos All Blacks e do haka. Torço para a Nova Zelândia contra qualquer adversário.

Cacá Camargo – Você já fez troca troca?
RESPOSTA – Não.

Leonas – Você é Gay?
RESPOSTA – Não.

Leonardo – Qual o seu maior orgulho, sentimento de dever cumprido dentro da F1, cite e explique !
RESPOSTA – É ver a equipe do Grande Prêmio trabalhando em GPs do Brasil. Em todos os anos, desde 2000, todos meus repórteres foram impecáveis. Ver como eles lidam com o jornalismo é meu maior orgulho.

Coisinha – Como foi seu inicio como (duble de) piloto?
RESPOSTA – Em 1988 fiz um curso de pilotagem na pista antiga, depois de cobrir meu primeiro GP. Achei que seria importante para me ajudar nas coberturas. Fiz o curso com um Gol a ar e pneu slick. Sensacional. Em 2003, com o DKW #96, ajudei a criar o campeonato de carros antigos que existe até hoje como Classic Cup. Na época, o carro ainda usava o número 12.

Hassan – 1 – Eu estava lendo o livro sobre a vida de Bernie Eclestone, “Não Sou Um Anjo”, e pelo que ele fala, a formula 1 contou com muitas “trapaças”, carros irregulares, jogo de politicagem da FIA, etc… Até que ponto o esporte continua sendo um “esporte”, levando em questão esses detalhes? O próprio Bernie como dono de equipe em sua época fazia artimanhas no carro para ganhar mais potencia, etc… Afinal a F1 é um esporte mesmo, ou um mundo onde o mais esperto e o mais rico, e o que tem melhores conecçoes politicas ganha? 2 – Voce acha justo os times ditarem as regras na F1? todo mundo chama o Bernie de velho caducado quando ele faz comentarios do tipo, criticando o grupo de estrategias de F1, mas voce nao acha ridiculo que os melhores impoem as regras, e os outros tem que seguir? Cada um puxa pro seu lado, o que é o mais natural, sendo assim, equipes menores nunca vao ter vantagem, nem chance alguma, concorda? 3 – Voce algum dia vai fazer um post mostrando sua coleção completa de carros sovieticos? Eu conheci o irmão do Décio, (não o blogueiro, o irmao mesmo haha, e quando falei que sou fã de seu blog, ele me falou sobre sua coleção, algum dia teremos o prazer de conhece-la por completo?)
RESPOSTA – No automobilismo, todo mundo rouba. Ou, se quiser dar uma tucanada na frase, todo mundo interpreta os regulamentos de maneira bastante particular. Não há novidade nisso. O desafio é combater a desonestidade da forma mais rigorosa possível. Hoje é mais complicado driblar as regras, eu diria. Mas sempre tem alguém que pisa fora da linha. Sabendo dos riscos, claro. Sobre as regras, não é bem assim. Ninguém impõe nada, apenas defende seu lado. Normal, também. O que leva ao abismo técnico – e isso vale para qualquer esporte – é mesmo a grana. Há equipes pequenas que cresceram nesse ambiente. Há grandes que entraram em decadência. A Red Bull era a Jaguar, que era a Stewart. Cresceu e virou grande. Porque teve investimento. Sobre meus carros, de vez em quando eles aparecem aqui.

A Stewart era pequena, virou Jaguar e foi comprada pela Red Bull: virou grande

Edgard – Duas questões em situações diversas, mas que, de qualquer modo, envolvem o mesmo tema: Com relação aos carros antigos, você consegue dar a devida atenção/cuidados a toda sua relíquia? Seria o caso de usar um carro diferente por dia? Automibilistacamente falando, você entende que a tendência é algum dia a F-1, leia-se, quem realmente manda, dar ouvidos aos anseios populares e literalmente popularizar a competição, simplificando-a e a tornando acessível, ou isso é só retórica que jamais será posta em prática, só para acalmar ânimos? Algum dia a competitividade voltará, a exemplo do que ocorre na MotoGP e na Formula-e?
RESPOSTA – Procuro usá-los, mas alguns ficam, sim, parados por mais tempo do que eu gostaria. Mas, em geral, todos estão bem, funcionam e ando com eles. Não sei se a F-1 se importa muito com o que as pessoas pensam. Mas acho que deveria.

Guto – Senna, Piquet ou Emerson?
RESPOSTA – Já falei dos três em respostas anteriores.

Flávio Francisco – Quantos e quais carros você tem na sua coleção?
RESPOSTA – Também já respondi isso.

Fernando Amaral – Por que voce nao me add no facebook ? Como comecou a torcer pela nossa Lusa ? Ela sobrevive, na sua opiniao ou vai acabar ? Isto tudo vai dar sua biografia mesmo….boa sorte
RESPOSTA – Porque só adiciono quem eu conheço. Comecei a torcer para a Portuguesa quando fui a um jogo de futebol pela primeira vez, no Pacaembu. Era um Portuguesa x Palmeiras. Saí torcendo para a Lusa. E é claro que ela sobrevive.

José Trajano: exemplo de liderança e visão da profissão

Thiago Pereira – 1) Com qual colega jornalista você mais aprendeu e qual o colega que você mais respeita e/ou admira? 2) Qual foi o maior desavio da sua carreira?
RESPOSTA – Admiro em especial dois jornalistas com quem trabalhei, Matinas Suzuki Jr. na “Folha” e José Trajano na ESPN. Mas não sei se “aprender” é o verbo. Admiração, mesmo, pela criatividade, espírito de liderança, visão muito particular do ofício e da profissão. E não posso me esquecer do João Carlos Albuquerque, que considero o melhor apresentador da história da TV brasileira. Com ele aprendi a ser autêntico no ar, sem me preocupar com o que as pessoas que estão vendo pensam de mim. Desafio? Criar o Grande Prêmio, talvez.

Carlos Tavares – Sobre o seu primeiro Gol? Ainda na busca?
RESPOSTA – Está suspensa.

Fábio Jammal – Quem está pior, a economia ou o jornalismo no Brasil ? Você já tem um substituto para o meianov?
RESPOSTA – O jornalismo, disparado. O Meianov não tem substituto.

Marcelo Melo – Primeiro quero deixar público que foi uma honra conhecê-lo pessoalmente há cerca de 1 ano lá no IBC. Para mim foi uma experiência única que muito provavelmente não se repetirá (para mim). Aquele ambiente, as pessoas do mundo todo, nossa…foi demais. E conhecer pessoalmente você e o Rodrigo Mattar significou muito para mim pois acompanho o Grande Prêmio há anos e o teu site é a Home Page do meu laptop. Abro o navegador e está lá: “Grande Prêmio”. Enfim… Eu gostaria que você contasse uma daquelas (quase que) impublicáveis histórias de bastidor da F1…. de preferência do Piquet, aquele sacana…rs
RESPOSTA – Prazer foi meu. Mas vou decepcioná-lo nesta resposta. Em alguma pergunta anterior alguém falou disso e respondi que em geral eu escrevo sobre tudo que julgo interessante, não guardo notícia, nem boas histórias. O que julgo impublicável, não publico. É uma maneira simples e eficiente de lidar com minha profissão.

Schumacher: importante no sucesso da Mercedes

Carlos Tavares – Quando Michael Schumacher retornou em 2010, correndo até 2012, recebeu muitas críticas. Eu tenho opinião contrária, e acho que ele foi bem. Mas o que você acha, como você viu essa passagem dele pela Mercedes, e por que ele não foi tão dominante, ao menos dentro da equipe?
RESPOSTA – Ele foi tão bem quando a Mercedes poderia ir, e sua função na equipe não era exatamente obter resultados na pista, ele já estava velho para isso. A missão de Schumacher foi ajudar a estruturar a Mercedes, indicar pessoas, ensinar métodos de trabalho, doar sua experiência de heptacampeão mundial à fábrica que lhe deu a primeira chance na F-1, pagando pela vaga aberta na Jordan com a prisão de Bertrand Gachot. Muito do que a Mercedes vem conseguindo nos últimos três anos tem o dedo de Schumacher.

Marcio – Você já comeu o Fabio Seixas?
RESPOSTA – Não.

Romanista Ferrarista 46 – … mais uma pergunta? De 1978 para frente (quando comecei a acompanhar a F1), qual considera o melhor piloto Italiano que correu na F1? Para mim o primeiro é o Elio De Angelis e o segundo o Alessandro Nannini.
RESPOSTA – Putz… Nenhum se destacou muito. Alboreto tinha suas qualidades. Trulli, também. Mas eu ficaria com Fisichella – para ver como as safras têm sido ruins.

Yuri Nehy – Se você fosse eleito o presidente da Fórmula 1, com plenos poderes, qual seria seu primeiro ato?
RESPOSTA
– Acabar com esse regulamento de motores, voltando aos V8 aspirados. Depois viriam outros, mas como você pediu só o primeiro, é isso aí.

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