Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE ONTEM À TARDE

SÃO PAULO (engata a segunda e vai) – Público de ontem no Hermanos Rodríguez: 134.850 pessoas. Foi o grande barato do dia, um dia de corrida apenas morna. Foi o grande barato da volta do México à F-1, mais do que qualquer coisa que tenha acontecido na pista. É disso que fala o editorial do […]

mexico001a

SÃO PAULO (engata a segunda e vai) – Público de ontem no Hermanos Rodríguez: 134.850 pessoas. Foi o grande barato do dia, um dia de corrida apenas morna. Foi o grande barato da volta do México à F-1, mais do que qualquer coisa que tenha acontecido na pista. É disso que fala o editorial do Grande Prêmio hoje, assinado por Fernando Silva.

Mas teve, claro, uma coisinha aqui e outra ali que merece ser destacada no nosso day after.

– Como, por exemplo, a decisão de Alonso de largar, mesmo sabendo que a chance de completar meia-dúzia de voltas era remota. O carro teve um problema no MGU-H, que já não lembro direito qual dos motores elétricos é — acho que o que usa a velocidade de rotação do turbo para armazenar energia. Foi algo descoberto na noite de sábado, confirmado na manhã de domingo. Não haveria tempo de trocar. “Tínhamos duas opções: correr, ou não correr. Optamos por correr, por respeito ao público mexicano”, explicou o espanhol. “Eu queria muito ir para o grid, largar e ver o que iria acontecer. Foi só uma volta, mas eu gostei. Pelo menos tentamos. É sempre melhor tentar do que desistir.” Alonso não é exatamente alguém que precise dessas coisas. Mas deu uma lição de humildade e respeito aos torcedores. Palmas para ele.

– Desde o GP da Austrália de 2006, mais de nove anos, portanto, que a Ferrari não amargava um abandono duplo resultando em seus dois pilotos fora da classificação final de uma corrida. Teve outro em que os dois carros não chegaram ao fim, também na Austrália, em 2009. Mas naquela ocasião, oficialmente, Raikkonen obteve uma posição porque o abandono aconteceu no fim da corrida (explicações aqui). Detalhes. Fato é que havia bastante tempo que isso não acontecia. E aconteceu porque seus dois pilotos erraram. Kimi, ao fechar a porta para Bottas. Vettel, porque estava num dia daqueles. “Ao longo desta temporada, nós quase conseguimos tocar no paraíso”, filosofou o chefe Arrivabene. “Desta vez, chegamos ao fundo do poço. A corrida de hoje é uma lição de humildade que devemos aproveitar para reforçar o caráter de cada um de nós.” Bom, não precisa exagerar. Foram só dois errinhos, coisas que acontecem.

– Não há dúvidas de que Bottas e Raikkonen não devem ser convidados para dividir a mesma garrafa de vodca. Ao comentar o incidente que tirou o veterano tagarela da corrida, Valtteri disse: “Sobre o acidente com uma das Ferraris, pena que foi de novo entre mim e ele, mas é claro que eu não queria que terminasse como terminou”. Notaram que ele nem citou o nome de Raikkonen?

– O questionamento de Hamilton sobre o segundo pit stop não passou em branco na Mercedes. Toto Wolff defendeu o piloto. “Não quero um robô no carro, é perfeitamente aceitável que ele pergunte alguma coisa”, disse o chefe. Paddy Lowe, no entanto, torceu o nariz. “Não é certo desobedecer uma ordem para entrar nos boxes. Não faz sentido dar uma explicação que pode durar três ou quatro minutos a um piloto que está a 350 km/h”, falou. Mas Hamilton continua achando que tinha razão. E quer saber? Eu também.

– Não tem a ver com a corrida, mas a informação surgiu ontem, então registremos. A Petrobras não renovou seu contrato de patrocínio das transmissões de F-1 com a Globo. Eram quase 80 milhões por ano. A causa mais provável é o momento pelo qual passa a estatal, envolvida em denúncias de corrupção com a participação de políticos e funcionários. Mas não se deve desconsiderar o fato de que a audiência tem caído, e que a Globo simplesmente desistiu de passar os treinos de classificação com alguma decência. É menos tempo de F-1 no ar. Quem está pagando está recebendo menos do que comprou.

– Detalhe é que uma das cotas de publicidade para o ano que vem foi vendida para a Zap Imóveis. Que é da própria Globo.

– O problema de Felipe Nasr ontem no México foi com os freios. Não é a primeira vez. “Precisamos resolver isso”, reclamou o brasileiro da Sauber.