O alemão chegou à sua 24ª pole na carreira por WO. Comandante Amilton nem saiu dos boxes no Q3 em Sóchi. O que aconteceu, ainda não se sabe. Possivelmente algo no motor. Lewis disse que, como na China, sentiu uma perda de potência no Q2. Impotência no Q2. Não é fácil a vida.
Assim, ficou muito fácil para Nico-Nico no Fubá, já que os mercêdicos, desde ontem, têm enfiado com constância 1s em seus adversários mais fortes — a Ferrari, no caso. Hoje, 0s7 sobre Vettel sem nenhum esforço. Tião Italiano foi o segundo colocado, mas larga em sétimo, porque trocou câmbio ontem e perdeu cinco posições. Em segundo, de verdade, larga Sapattos, que ficou 1s1 atrás de Rosberguinho.
Vai ser uma vitória muito fácil, ainda mais numa prova sem estripulias estratégicas — é uma parada, e olhe lá.
Hamilton, largando sabe-se lá onde — por enquanto, décimo; se trocarem motor, MGH, FTP, CRB, TSE, essas coisas, parte de Leningrado –, vai ter trabalho para passar todo mundo. E, quando conseguir, o companheiro já estará no pódio bebendo vodca.
E será a quarta no ano, sétima seguida, o que reforça ainda mais a sensação de que Rosberguinho será campeão nesta temporada. Quatro logo de cara, com o parceiro sofrendo todo tipo de infortúnio, é para não perder mais. Só se for muito burro, ou azarado.
Ah, mas estão sacaneando o Hamilton. Muita gente vai dizer isso, e o próprio, mesmo sabendo que não é verdade, vai alimentar a polêmica. Ainda que só com insinuações, claro. Só não sei se isso é muito produtivo. Basta lembrar de Barrichello e suas lamúrias nos tempos de Ferrari. Criou-se um ambiente ruim, uma antipatia de todos, internamente. Mecânicos e técnicos não gostam de ser acusados de fazer corpo-mole. Porque não fazem, mesmo.
Portanto, que Hamilton se comporte nas declarações para não ferir suscetibilidades.
Isso tudo à parte, vamos ao treino que definiu o grid russo.
O Q1 está ficando bastante previsível, já que Renault, Manor e Sauber se firmaram como as mais lentas do lote em 2016. E, previsivelmente, a degola mandou mais cedo para o chuveiro Magnólia Arrependida, Palmêra, Felipe II, Wê Lá Hein?, Haryanta e Sonyericsson. Tudo normal.
Também normal o Q2, despachando Sainz Idade, Bonitton, Hulk, El Fodón del Costelón, Grojã e Gutierros, com a Haas colocando os pés no chão e caindo na real, ainda que, como disse ontem, tudo seja perdoável quando se trata de um time estreante.
E no Q3, quando se viu a turma da Mercedes desmontando o carro de Hamilton, dando um polimento e passando pneu pretinho, ficou claro que Rosberg não teria adversário. Fez a pole com o pé nas costas. Como já dito, Vettel foi o segundo, mas será sétimo. Assim, o top 10 ficou com Nico, Bottas, Raikkonen, Massa, Ricciardo, Pérez, Vettel, Kvyat, Verstappen e Hamilton — enquanto não se souber o que terá de ser trocado em seu carro, é sempre bom reforçar.
Num ano de corridas muito boas até agora, temo que o GP da Rússia não seja grande coisa, ainda que Vettel e Hamilton tendam a dar algum espetáculo. É que corrida de apenas um pit stop oferece pouca margem para surpresas. Mas é apenas uma sensação, que pode ser desfeita amanhã com uma largada caótica, por exemplo. Ou um safety-car. Nunca se sabe.
Agora vamos esperar pelo pranto de Hamilton. Por enquanto, ele só disse que é britânico, e não desiste nunca.
