Blog do Flavio Gomes
F-1

LENGA-LENGA

SÃO PAULO (esqueçam) – Conheço bem Bernie Ecclestone. O baixinho fala pelos cotovelos, e quando não tem nada para dizer, diz qualquer coisa. Foi assim há alguns anos, muitos anos, na verdade. Em novembro de 1997, ele estava em Cuba visitando o país junto com Niki Lauda. Era alguma coisa ligada à Lauda Air, a […]

SÃO PAULO (esqueçam) – Conheço bem Bernie Ecclestone. O baixinho fala pelos cotovelos, e quando não tem nada para dizer, diz qualquer coisa. Foi assim há alguns anos, muitos anos, na verdade. Em novembro de 1997, ele estava em Cuba visitando o país junto com Niki Lauda. Era alguma coisa ligada à Lauda Air, a antiga companhia aérea do austríaco. Aí, do nada, surgiu a “notícia”: Bernie estava na ilha para tratar da realização de uma corrida nos domínios de Fidel. Foi noticiado, à época. A prova está aqui. Em 2009, contei o caso numa coluna que falava sobre mais uma daquelas propostas malucas do chefão da F-1, a história de dar o título a quem ganhasse mais corridas.

[bannergoogle]Na verdade, Ecclestone estava passeando em Havana a convite de Lauda e alguns jornalistas foram junto. Um deles, meu amigo Fredrik Petersens. Foi ele quem me contou que inventaram a história numa mesa de restaurante e resolveram se divertir com os colegas. Espalharam a cascata, e todo mundo caiu. Depois, tudo foi negado, claro.

Enfim, quando não tem nada de novo, ele inventa. E está sendo assim de novo com a história de que o GP do Brasil pode sair do calendário no ano que vem. Crise, problemas no autódromo, falta de dinheiro, Bernie falou um monte de coisa.

Mas fiquemos tranquilos. Há um contrato até 2020, e até lá teremos corrida no Brasil. O organizador da prova, Tamas Rohonyi, disse ao Grande Prêmio que não há “condição legal” para o rompimento dos contratos vigentes. “Acho que faltou assunto”, falou Rohonyi, que conhece Bernie mais do que qualquer um. “Ignore”, pediu.

Claro que não se pode simplesmente ignorar, afinal o cara é o dono do negócio e tudo que ele fala tem repercussão. Mas está na cara que faltou assunto, mesmo. De novo, numa mesa de restaurante com alguns jornalistas conhecidos. Nossa obrigação, nesse e em qualquer caso, é noticiar o que Bernie diz. E, igualmente, interpretar suas palavras e contextualizar as circunstâncias em que elas foram ditas.

Vai ter corrida até 2020. Depois disso, ninguém sabe. Quanto ao autódromo, as obras estão em ritmo intenso. Estive lá semana retrasada e a torre estava sendo derrubada. Vai ficar tudo pronto, acredito.