Blog do Flavio Gomes
F-1

BELGIQUINHAS (1)

POÇOS DE CALDAS (não dá pra fazer tudo) – Manhã de sexta: “halos” (como vamos escrever isso?) por todos os lados, pneus experimentais, testes de tudo, Hamilton já largando com 15 posições a menos, Rosberguinho na frente. (Vamos escrever Halo, sem aspas, com maiúscula. É que acabou virando nome próprio, esse negócio. A palavra “halo”, […]

belgium_coat_of_armsPOÇOS DE CALDAS (não dá pra fazer tudo) – Manhã de sexta: “halos” (como vamos escrever isso?) por todos os lados, pneus experimentais, testes de tudo, Hamilton já largando com 15 posições a menos, Rosberguinho na frente.

(Vamos escrever Halo, sem aspas, com maiúscula. É que acabou virando nome próprio, esse negócio. A palavra “halo”, em português, existe e quer dizer “auréola”. Em inglês, tem a mesmíssima grafia e o mesmíssimo significado: “A ring of light around or above the head of a holy person in a religious drawing or painting”. Ou seja: auréola, também. Halo não tem outro significado, portanto, mas no automobilismo algumas coisas acabam ganhando status e se tornam “gente”. Fiquemos com Halo, a partir de agora. Torcendo para não ser adotado nunca, de modo que não precisemos mais falar nele. Mas é preciso dizer que Rosberg gostou, depois de usar pela primeira vez. Ele é um defensor voraz da proteção à cabeça dos pilotos.)

Tarde de sexta: Hamilton perde mais 15 posições, Rosberg se concentra em acertar o carro para a corrida, Red Bull em primeiro e segundo, Force India em terceiro.

Quando não chove em Spa-Francorchamps, o que aparentemente não vai acontecer neste fim de semana, dá para fazer essas coisas. A volta da F-1 das férias tem alguns atrativos, poucos bons, muitos medianos.

[bannergoogle]Entre os bons, a disputa pelo título entre Rosberg e Hamilton, ainda aberta. Lewis vai largar lá no fundão porque a Mercedes aproveitou para trocar o que estava para ser trocado numa pista onde há chances de recuperação. Tem onde ultrapassar, é rápida, e Lewis, assim, deve terminar a prova em quarto ou quinto, se nada de anormal acontecer. Falando em punições, começou aquela aberração de perder dezenas de posições num grid de 22 carros. Alonso também trocou um monte de coisas e perdeu… 35!

Nico-Nico, por sua vez, tem a chance de iniciar uma reação no Mundial, sabendo que não terá adversário desta vez. “Ah, mas e a Red Bull?” A Red Bull tem de colocar seus dois pilotos no pódio, no más. Achar que ganha da Mercedes é ser otimista demais. Rosberguinho precisa aproveitar a oportunidade. Não terá muitas outras.

Se as posições de largada amanhã fossem iguais às do segundo treino de hoje, teríamos um GP da Bélgica bem legal. A Force India ficou em terceiro e quinto, com Hülkenberg e Pérez. A Haas, em oitavo e décimo com Grosjean e Gutiérrez. A McLaren, em nono e 12º com Button e Alonso. E a Manor, num espantoso 11º com Wehrlein.

[bannergoogle]A gente sabe que não será assim, no fim das contas. Mas seria bem animada, uma corrida com gente que costuma andar atrás partindo do meio para a frente. O que não mudou, só piorou, foi o momento da Williams. Bottas em 16º e Massa em 17º é algo que ultrapassa o limite da iniquidade. O time usa motor Mercedes. Não é possível andar tão mal num circuito tão apropriado. O que acontece hoje é que os carros da Williams são ruins em pistas de alta, em pistas de baixa, no seco e no molhado. Um desastre completo. A Force India chegou e vai passar. E os cofres do time ficarão mais vazios em 2017.

Esse é um dos atrativos medianos desta segunda metade de temporada, a disputa pelo quarto lugar entre os construtores. Outro, a disputa interna na Red Bull, agora que a equipe definitivamente passou a andar na frente, con condições claras de pódio em todas as provas. Mais um: a possibilidade sempre iminente de crise na Ferrari. Por fim, as mexidas no mercado de pilotos — embora no segundo escalão, envolvendo Button, Pérez, Massa…

É o que temos, enfim.