Digam mais ou menos o que quiserem, mas o fato é que Nico-Nico no Fubá tem uma vitória a mais que Comandante Amilton nesta temporada, e depois de ver o inglês abrindo 19 pontos de vantagem há dois GPs, com a vitória de hoje em Monza reduziu essa diferença para dois. O sobe-desce da dupla mercêdica no ano tem garantido a emoção do campeonato. Rosberg havia disparado na classificação, nas primeiras cinco etapas. Hamilton reagiu, se aproximou, passou, deu a impressão que tinha engatado a quinta marcha, mas engazopou.
(Aqui, uma digressão ortográfica. Eu jurava que a palavra era “engasopar” com “S”, numa referência óbvia a “gasolina”. Quando “engasopa” encharca vela, falha, engasga, fode tudo. Mas não existe “engasopar” com “S”. Existe com “Z” e não quer dizer exatamente “engasopar”. O sentido de “engazopar” é “iludir, ludibriar, enganar, tapear, mentir”. Bom, vou manter no português correto. Mas o sentido que quis dar à “engazopada” de Hamilton é o das oficinas mecânicas. Falhou, engasgou, fodeu tudo.)
[bannergoogle]Não foi lá um GP da Itália inesquecível. Longe disso. Quando Hamilton patinou no grid e caiu da pole para sexto depois da primeira chicane, a corrida praticamente se definiu. Rosberguinho aproveitou a deixa e foi embora. A dupla da Ferrari também passou o #44. O mesmo fizeram Bottas e Ricciardo. Lewis tinha carro para recuperar a posição de todos, como de fato faria ao longo da prova. Menos a liderança. Porque ali havia um carro igual ao seu. E, em Monza, não dá muito tempo de fazer nada.
Apenas a Mercedes, entre a turma da ponta, largou com pneus macios, contra os supermacios da maioria. Isso indicava uma estratégia muito clara de fazer um primeiro “stint” longo e uma parada só. Para minha surpresa, muita gente saiu para dois pit stops. Na verdade, quase todo mundo. Ontem, falei que a tática-padrão para essa prova seria de uma úncia visita aos boxes. O calor não permitiu. Exceto para a Mercedes. Talvez por isso tenham feito 1-2 de novo.
Hamilton teve de remar bastante para minimizar o prejuízo da largada ruim. Passou Ricciardo na segunda volta. Bottas, na 11ª. Àquela altura, Rosberg já estava 11s à frente dele. Faltavam as duas Ferrari, que seriam superadas na estratégia de pit stops.
Sapattos, na volta 14, foi o primeiro do pelotão avançado a trocar pneus. Depois vieram Verstappinho, que fez uma corrida discreta, e Raikkonen. Na 17, Vettel parou. Macios e supermacios foram as escolhas. Na volta 19, graças a essa primeira janela, Hamilton finalmente apareceu em segundo, 14s5 atrás de Nico.
[bannergoogle]Só na volta 25 Rosberg foi para os boxes. A Mercedes colocou em seu carro pneus médios. Na volta seguinte, Hamilton fez o mesmo. Com as duplas da Ferrari e da Red Bull tendo de parar de novo, o resultado se definiu ali. Rosberg venceria, Lewis terminaria em segundo. Claro como o céu azul e quase sem nuvens do domingo quente no norte da Itália.
A segunda janela de pit stops foi aberta por Bottas na volta 31. Na 34ª, parou Vettel. Na 35ª, Raikkonen. Hamilton voltou ao segundo posto, 11s2 atrás do companheiro. Basicamente, a corrida terminou aí.
Houve um momento interessante quando Ricardão superou Sapattos na volta 47, depois de uma aproximação cirúrgica e precisa, assumindo o quinto lugar. Ele tinha supermacios, contra macios do finlandês da Williams. Um pouco mais tarde, Verstappen passou Pérez e foi a sétimo. E sem mais nada a relatar, encerramos por aqui.
Bom, OK, precisa arredondar tudo. Rosberguinho, Comandante Amilton e Tião Italiano foram ao pódio. Vettel, por correr na Itália, diante do público sempre animado e das infalíveis bandeirinhas dos fascistoides da Lega Nord, era o mais animado. Kimi Dera Eu Pegasse Aquele Menino Pela Frente, Ricardão, Sapattos, Verstappinho, Maria do Bairro, Massacrado e o Incrível Hulk fecharam os pontos.
O placar aponta 250 x 248 para Hamilton, faltando sete etapas para o fim do Mundial. Ricciardo, com 161 pontos, é o terceiro colocado. Essa disputa, com Vettel (143) e Raikkonen (136) está aberta. Detalhe interessante, que mostra o bom momento do australiano — inicialmente abalado pelo sucesso do jovem Max: do GP da Espanha até o da Itália, dez corridas, ele marcou 125 pontos, contra 108 do novo companheiro de Red Bull.
Nos Construtores, a Ferrari se aproximou um pouco dos rubro-taurinos, descontando 11 pontos na tabela. A Red Bull segue na frente, 290 x 279. O que mudou foi a posição da Williams, recuperando o quarto lugar da Force India. Foram 10 pontos marcados, contra 5 dos rivais — 111 x 108 para o time de Massa, agora.
Agora sim, sem mais nada a relatar, encerramos por aqui. Acabou Europa, guardem os motorhomes, vamos ao fim do mundo.