Blog do Flavio Gomes
F-1

ÚNICO DONO, VENDE-SE (4)

SÃO PAULO (tô gostando) – E tudo se definiu na largada. Quem diria… Desta vez, quem espanou foi Hamilton. Entregou a rapadura depois de enfiar meio segundo em Rosberguinho na classificação. “Nichts wie ein Tag nach dem anderen…”, acabou de aparecer no meu WhatsApp. Rosberguinho vive me mandando mensagens. Mas tem razão. Digam mais ou […]

monzabrancolindaoSÃO PAULO (tô gostando) – E tudo se definiu na largada. Quem diria… Desta vez, quem espanou foi Hamilton. Entregou a rapadura depois de enfiar meio segundo em Rosberguinho na classificação. “Nichts wie ein Tag nach dem anderen…”, acabou de aparecer no meu WhatsApp. Rosberguinho vive me mandando mensagens. Mas tem razão.

Digam mais ou menos o que quiserem, mas o fato é que Nico-Nico no Fubá tem uma vitória a mais que Comandante Amilton nesta temporada, e depois de ver o inglês abrindo 19 pontos de vantagem há dois GPs, com a vitória de hoje em Monza reduziu essa diferença para dois. O sobe-desce da dupla mercêdica no ano tem garantido a emoção do campeonato. Rosberg havia disparado na classificação, nas primeiras cinco etapas. Hamilton reagiu, se aproximou, passou, deu a impressão que tinha engatado a quinta marcha, mas engazopou.

(Aqui, uma digressão ortográfica. Eu jurava que a palavra era “engasopar” com “S”, numa referência óbvia a “gasolina”. Quando “engasopa” encharca vela, falha, engasga, fode tudo. Mas não existe “engasopar” com “S”. Existe com “Z” e não quer dizer exatamente “engasopar”. O sentido de “engazopar” é “iludir, ludibriar, enganar, tapear, mentir”. Bom, vou manter no português correto. Mas o sentido que quis dar à “engazopada” de Hamilton é o das oficinas mecânicas. Falhou, engasgou, fodeu tudo.)

[bannergoogle]Não foi lá um GP da Itália inesquecível. Longe disso. Quando Hamilton patinou no grid e caiu da pole para sexto depois da primeira chicane, a corrida praticamente se definiu. Rosberguinho aproveitou a deixa e foi embora. A dupla da Ferrari também passou o #44. O mesmo fizeram Bottas e Ricciardo. Lewis tinha carro para recuperar a posição de todos, como de fato faria ao longo da prova. Menos a liderança. Porque ali havia um carro igual ao seu. E, em Monza, não dá muito tempo de fazer nada.

Apenas a Mercedes, entre a turma da ponta, largou com pneus macios, contra os supermacios da maioria. Isso indicava uma estratégia muito clara de fazer um primeiro “stint” longo e uma parada só. Para minha surpresa, muita gente saiu para dois pit stops. Na verdade, quase todo mundo. Ontem, falei que a tática-padrão para essa prova seria de uma úncia visita aos boxes. O calor não permitiu. Exceto para a Mercedes. Talvez por isso tenham feito 1-2 de novo.

Hamilton teve de remar bastante para minimizar o prejuízo da largada ruim. Passou Ricciardo na segunda volta. Bottas, na 11ª. Àquela altura, Rosberg já estava 11s à frente dele. Faltavam as duas Ferrari, que seriam superadas na estratégia de pit stops.

Sapattos, na volta 14, foi o primeiro do pelotão avançado a trocar pneus. Depois vieram Verstappinho, que fez uma corrida discreta, e Raikkonen. Na 17, Vettel parou. Macios e supermacios foram as escolhas. Na volta 19, graças a essa primeira janela, Hamilton finalmente apareceu em segundo, 14s5 atrás de Nico.

[bannergoogle]Só na volta 25 Rosberg foi para os boxes. A Mercedes colocou em seu carro pneus médios. Na volta seguinte, Hamilton fez o mesmo. Com as duplas da Ferrari e da Red Bull tendo de parar de novo, o resultado se definiu ali. Rosberg venceria, Lewis terminaria em segundo. Claro como o céu azul e quase sem nuvens do domingo quente no norte da Itália.

A segunda janela de pit stops foi aberta por Bottas na volta 31. Na 34ª, parou Vettel. Na 35ª, Raikkonen. Hamilton voltou ao segundo posto, 11s2 atrás do companheiro. Basicamente, a corrida terminou aí.

Houve um momento interessante quando Ricardão superou Sapattos na volta 47, depois de uma aproximação cirúrgica e precisa, assumindo o quinto lugar. Ele tinha supermacios, contra macios do finlandês da Williams. Um pouco mais tarde, Verstappen passou Pérez e foi a sétimo. E sem mais nada a relatar, encerramos por aqui.

Bom, OK, precisa arredondar tudo. Rosberguinho, Comandante Amilton e Tião Italiano foram ao pódio. Vettel, por correr na Itália, diante do público sempre animado e das infalíveis bandeirinhas dos fascistoides da Lega Nord, era o mais animado. Kimi Dera Eu Pegasse Aquele Menino Pela Frente, Ricardão, Sapattos, Verstappinho, Maria do Bairro, Massacrado e o Incrível Hulk fecharam os pontos.

O placar aponta 250 x 248 para Hamilton, faltando sete etapas para o fim do Mundial. Ricciardo, com 161 pontos, é o terceiro colocado. Essa disputa, com Vettel (143) e Raikkonen (136) está aberta. Detalhe interessante, que mostra o bom momento do australiano — inicialmente abalado pelo sucesso do jovem Max: do GP da Espanha até o da Itália, dez corridas, ele marcou 125 pontos, contra 108 do novo companheiro de Red Bull.

Nos Construtores, a Ferrari se aproximou um pouco dos rubro-taurinos, descontando 11 pontos na tabela. A Red Bull segue na frente, 290 x 279. O que mudou  foi a posição da Williams, recuperando o quarto lugar da Force India. Foram 10 pontos marcados, contra 5 dos rivais — 111 x 108 para o time de Massa, agora.

Agora sim, sem mais nada a relatar, encerramos por aqui. Acabou Europa, guardem os motorhomes, vamos ao fim do mundo.