Blog do Flavio Gomes
F-1

YES, MARINA (2)

SÃO PAULO (cumprindo tabela) – Consegui ver o treino que definiu o grid de Abu Dhabi pelo celular do Giordano, até que o plano de dados dele derrubou a conexão. Pobre é foda. Ia começar o Q3. Aí peguei o celular da noiva dele, e consegui ver tudo até o fim. Está muito claro que […]

abu16a

SÃO PAULO (cumprindo tabela) – Consegui ver o treino que definiu o grid de Abu Dhabi pelo celular do Giordano, até que o plano de dados dele derrubou a conexão. Pobre é foda. Ia começar o Q3. Aí peguei o celular da noiva dele, e consegui ver tudo até o fim.

Está muito claro que Hamilton é o grande favorito à vitória amanhã. O cara foi o mais rápido em todos os treinos e fez a pole enfiando respeitáveis 0s303 em Rosberguinho. Ricciardo foi o terceiro e Raikkonen, o quarto. Vettel, que fecha uma temporada bem fraquinha, e Verstappinho estão na terceira fila.

O que significa que Max não vai perturbar Nico, o que na minha visão deveria ser sua única preocupação na corrida. Se chegar, vai demorar. Tem duas Ferrari e o companheiro à frente no grid, e nessa pista passar é coisa complicada — mesmo para alguém voluntarioso como o jovem holandês. O circuito é uma droga, e a prova tende a se desenrolar em fila indiana.

[bannergoogle]Lewis deve vencer. Voltou a guiar muito bem, e está lembrando o Rosberg das últimas provas de 2016. Nico não precisa muito, só um terceirinho. Acho que levanta a taça amanhã sem grandes sustos. E com merecimento. Detalhe relevante: os dois rubro-taurinos fizeram seus tempos no Q2 com pneus supermacios. Isso lhes dá uma boa margem de manobra na escolha da estratégia de paradas. O resto, inclusive a dupla prateada, está de ultramacios — que podem até não gastar loucamente no tapete árabe, mas forçam um primeiro stint mais curto.

Alguns números mercêdicos. Hamilton fez sua 12ª pole no ano e 61ª na carreira. Foi também a 20ª da equipe alemã no ano, recorde para uma mesma temporada. E foram 14 primeiras filas em 21 etapas. Coisa pacas.

No mais, a última corrida do ano não teve grandes surpresas no grid. A Toro Rosso, talvez. Para o mal. Nenhum de seus pilotos passou ao Q2. Também ficaram no Q1 os dois da Sauber, previsivelmente, mais Ocon e Magnussen. Aqui, palmas para Wehrlein, que levou a Manor à segunda parte da classificação.

Nessa fase, quem não correspondeu às expectativas foi Bottas, eliminado no último segundo por um Alonso (foto abaixo) que parece no auge da forma e que merece um carro melhor. No mais, tudo normal.

Gostei de ver Button com o capacete amarelo marca-texto que usou em 2009, quando foi campeão pela Brawn. Boa forma de se despedir da categoria. Com ele, amanhã, encerra a carreira na F-1 Felipe Massa — e ganhou de presente da Williams o carro que usou no GP do Brasil, uma enorme gentileza que mostra o carinho do time por ele. Isso é previsto e anunciado. O que não se sabe é se Felipe II também estará se despedindo. A situação do brasileiro, neste momento, é quase insolúvel. Se estiver no grid no ano que vem, será uma enorme surpresa. E se não conseguir o lugarzinho na Sauber — que precisa de piloto pagante, e ele não pode pagar mais nada –, não sei também o que será de sua carreira.

Não que isso vá mudar o preço do dólar, mas é bom que as pessoas comecem a conviver com a ideia de o Brasil não ter piloto nenhum na F-1 na próxima temporada. Será a primeira vez desde a estreia de Emerson, em 1970. E, sem Nasr, podem esperar por uma longa estiagem verde-amarela no principal campeonato do mundo. Não tem ninguém na fila. Rigorosamente ninguém.