Blog do Flavio Gomes
Dica do dia

DICA DO DIA

SÃO PAULO (vale a leitura) – Para nosotros DKW-maníacos, a história é bem conhecida. Mas sempre vale lembrar. Vocês sabiam que quem deu as linhas mestras para o que seria a mecânica de quase todos os carros da Volkswagen foi a Mercedes? E que isso tem a ver com DKW? O Fred Della Noce mandou […]

SÃO PAULO (vale a leitura) – Para nosotros DKW-maníacos, a história é bem conhecida. Mas sempre vale lembrar.

Vocês sabiam que quem deu as linhas mestras para o que seria a mecânica de quase todos os carros da Volkswagen foi a Mercedes? E que isso tem a ver com DKW?

O Fred Della Noce mandou o link que explica direitinho.

[bannergoogle]No fim dos anos 50, a Mercedes comprou a Auto Union — que ressurgiu depois da Segunda Guerra fabricando apenas DKWs, esquecendo todos os modelos e tecnologias das outras três argolas (Audi, Horch e Wanderer). O carro era pequeno, econômico, ágil e barato. Para a Mercedes, uma boa forma de entrar no mercado de veículos mais populares.

Mas a Europa se recuperou rapidamente da guerra e os carros com motores dois tempos foram sendo deixados de lado. Por isso, a Mercedes começou a desenvolver um motor pequeno, refrigerado a água, de quatro cilindros, para colocar em carros que ocupassem esse nicho. O protótipo W118 foi o resultado da ideia. O engenheiro à frente disso era um sujeito chamado Ludwig Krauss.

Em 1962, a Mercedes mandou Krauss para a fábrica da Auto Union para ajudar no F102, o último DKW com motor dois tempos — um 1.200 cc que já não vendia tão bem. A subsidiária já estudava trocar essa tecnologia considerada ultrapassada por motores de ciclo de quatro tempos, e Krauss levou junto o projeto do motor que fora usado no W118 para ser aproveitado no F102. Nesse meio tempo, a Mercedes acabou vendendo a Auto Union para a VW. Krauss ficou por lá mesmo. Quase que imediatamente, a concorrente espetou seu motor quatro tempos no DKW F102, matou o nome DKW, mudou para Audi, ressuscitou as quatro argolas da Auto Unioun e assim nasceu a marca que conhecemos hoje.

Essa configuração, motor quatro tempos e tração dianteira, acabou sendo a base do Passat nos anos 70 e de todos os VW que viriam dali em diante. No fim das contas, foi algo desenvolvido na Mercedes para os DKWs que desembocou naquilo que alavancaria a rival. O mundo dá voltas, mesmo.

Quanto ao W118, que no limite pode ser chamado de pai de tudo que é VW dianteiro com motor refrigerado a água — todos os APs, também, sim senhor –, é uma gracinha.