Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

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SÃO PAULO (parabéns etc.) – Primeiro, a imagem, que é disso que trata esta seção: Pietro Fittipaldi no alto do pódio em Silverstone, ele que ganhou agora há pouco a primeira etapa da World Series/Fórmula V8 na temporada. Parabéns ao neto do Emerson, vitória é vitória. Agora, algumas ponderações. Esta categoria vive um momento de […]

SÃO PAULO (parabéns etc.) – Primeiro, a imagem, que é disso que trata esta seção: Pietro Fittipaldi no alto do pódio em Silverstone, ele que ganhou agora há pouco a primeira etapa da World Series/Fórmula V8 na temporada.

Parabéns ao neto do Emerson, vitória é vitória.

Agora, algumas ponderações. Esta categoria vive um momento de baixa no universo do automobilismo, depois que a Renault tirou seu nome do campeonato, no fim de 2015. Para se ter uma ideia, Pietro, que fez a pole para as duas provas da rodada dupla de Silverstone, teve apenas 11 adversários na primeira corrida. Na classificação, eram 11. Um deles não obteve tempo para largar e outro nem andou. A prova, portanto, deveria ter meros dez carros no grid. Acabaram liberando para os 12 correrem.

No segundo treino, que já definiu o grid de amanhã,os 12 treinaram — com pista molhada. Dois deles ficaram de fora, e também seriam apenas dez na largada. Mas devem permitir que todos participem. Ou seja: é um campeonato fraco, com pouca gente correndo, que vem perdendo relevância desde o ano passado, sem a presença da montadora francesa como promotora. A temporada de 2016 teve, em média, 15 carros no grid por etapa.

Pietro está no seu segundo ano na categoria. Nascido em Miami, faz 21 anos em junho. Ficou em décimo na última temporada, com 59 pontos e um terceiro lugar como melhor resultado em 18 corridas. O francês Tom Dillmann foi o campeão com 237 pontos. Não tem, portanto, nada desse papo de “rumo à F-1” que já andei lendo por aí. Ninguém mais leva a World Series muito a sério. Basta ver a lista dos que dela participaram no ano passado –– está aqui. Ninguém chegou a lugar algum, inclusive o campeão.

[bannergoogle]Apesar disso, vale o registro — que está no próprio site da categoria — de quanta gente boa passou por ela quando Nissan e Renault (que são a mesma coisa) investiam pesado. Nada menos do que 25 pilotos que passaram pela World Series by Nissan e depois by Renault chegaram à F-1 desde 1998, e o pessoal que assumiu o campeonato tenta vender esse peixe para os incautos.

Não é mentira, a história dos 25 que chegaram lá. Entre eles estão Gené, Alonso, Zonta, Kovalainen, Kubica, Maldonado, Vettel, Alguersuari, Vergne, Bianchi, Magnussen, Sainz Jr. e Ricciardo — veja a lista completa neste link, rolando a página até uma galeria de fotos com o título “Road to glory: the hall of fame”.

Só que eram outros tempos, e ninguém deve se deixar enganar. Afirmar que a atual World Series vai levar alguém à F-1 é o mesmo que dizer que a Fórmula Vee do Campeonato Paulista fará de alguém campeão mundial porque Nelson Piquet correu de Super Vê nos anos 70.

Sendo assim, devagar com o andor. Pietro está brincando de correr de carro, e já faz algum tempo. Nada contra, cada um faz o que quer. Mas cabe a nós, jornalistas, mostrar a vida como ela é.