Blog do Flavio Gomes
F-1

SUZACQUA (2)

RIO (mas já não há) – Faltava Suzuka, não falta mais. Valeu a pena colocar o despertador para as 2h50, fazer um café e ver Hamilton. A volta que lhe deu a pole, a primeira no Japão, foi nada menos que extraordinária. Ele a chamou de “insana”. Agora Lewis tem poles em todos os circuitos […]

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RIO (mas já não há) – Faltava Suzuka, não falta mais. Valeu a pena colocar o despertador para as 2h50, fazer um café e ver Hamilton. A volta que lhe deu a pole, a primeira no Japão, foi nada menos que extraordinária. Ele a chamou de “insana”.

Agora Lewis tem poles em todos os circuitos que fazem parte do calendário da F-1. São 71 no total. Já é um dos maiores pilotos da história, para responder a pergunta que tem-me sido feita de vez em quando em redes sociais. Um dos 5? Sim, um dos 5. Quais são os outros? Ah, depois respondo.

Por ora, vale o privilégio de ver alguém como esse cara guiando com tanto talento. Com a cabeça boa, relaxado, e um carro excepcional, fica muito difícil batê-lo. Hamilton colocou 0s472 em Vettel, que vai largar em segundo — Bottas ficou um pouco mais perto no cronômetro, mas como foi punido por troca de câmbio, caiu para sexto.

[bannergoogle]Há um dado interessante aí, abrindo um pequeno parêntese. Muita gente se lembra da pole de Ayrton Senna em Suzuka, em 1988. Um ano emblemático, o ano de seu primeiro título. Deve haver algum vídeo de sua volta na classificação, brigando com o carro, trocando as marchas na alavanca, uma coisa verdadeiramente insana, para usar termo que Hamilton adora. Seu tempo naquele dia: 1min41s853. Lewis fez sua pole mágica hoje em 1min27s319. A diferença foi de 14s534. Na mesma pista, traçado praticamente idêntico, igualmente no seco. Quase quinze segundos, escrevo por extenso para não deixar dúvidas, quinze segundos. Putaquelamerda.

Voltando. Hamilton foi a grande estrela do dia, claro, com mais um tijolinho na construção que o levará ao quarto título mundial — isso só não acontece se Vettel fizer algum milagre, e eles não andam muito em voga desde os tempos em que se caminhava sobre as águas, ou fazia-se de um pedaço de pão uma farta peixada para alimentar a galera, acompanhada de bom vinho.

O treino de classificação, ao contrário do que indica o infeliz título escolhido para a série de notas sobre o GP do Japão deste ano, não teve uma gota de chuva. Teve, sim, uma pancada que o interrompeu no Q1, de Grosjean na sequência de “S” que, com esses carros de 2017, deve ser divertidíssima de fazer. Menos quando bate, claro.

Ao final, alguns pilotos tinham motivos para comemorar o bom trabalho, como a dupla da Red Bull que parte na segunda fila, os meninos da Force India, os melhores dos “outros”, Massa, Vandoorne… Esses todos, claro, ali no entorno de Hamilton e Vettel entre os dez primeiros. Houve punições a granel mais uma vez. Além de Bottas, Raikkonen também perdeu cinco posições no grid por troca de câmbio, depois de uma batida forte no último treino livre. Alonso (na foto, com Takuma Sato, com quem disputou a Indy 500 em maio), Palmer e Sainz Jr. trocaram componentes do motor e foram lá para a rabeira.

E a menção aos dois últimos nos leva à última informação do dia. Depois da classificação, a Renault anunciou que Palmer não disputará as últimas quatro provas do campeonato. Será substituído pelo jovem espanhol, liberado pela Toro Rosso alguns meses antes do previsto. Como se sabe, Carlos será titular do time francês no ano que vem, ao lado de Hülkenberg. Já começará, portanto, a conhecer a equipe por dentro em Austin, no GP dos EUA. Com isso, o russo Daniil Kvyat, que eu equivocadamente achei que iria sumir de cena, já volta à filial da Red Bull, ao lado de Gasly, em Austin.

Fiquei com dó de Palmer ao ver sua postagem no Instagram. Mas, sendo bem franco, até que durou bastante. É um piloto muito fraco. Esse, sim, vai sumir de cena.