Blog do Flavio Gomes
Automobilismo internacional

FÓRMULA E: NO ANHEMBI, NÃO

RIO (é, amigo…) – Os planos de privatização do alcaide paulistano fizeram sua primeira vítima: o ePrix de São Paulo no Anhembi, sexta etapa da nova temporada da Fórmula E, foi cancelado. A corrida, marcada para 17 de março, tinha sido incluída no calendário havia alguns meses –informação que o Grande Prêmio antecipara com exclusividade no […]

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RIO (é, amigo…) – Os planos de privatização do alcaide paulistano fizeram sua primeira vítima: o ePrix de São Paulo no Anhembi, sexta etapa da nova temporada da Fórmula E, foi cancelado. A corrida, marcada para 17 de março, tinha sido incluída no calendário havia alguns meses –informação que o Grande Prêmio antecipara com exclusividade no início de março deste ano.

Agora, também com exclusividade, podemos confirmar que no Sambódromo, pelo menos, ela não vai acontecer. Em outro lugar? Bem, ninguém descartou isso, ainda. Mas não há um plano B. A informação é do blog “A Mil por Hora”, do comentarista Rodrigo Mattar, dos canais Fox Sports, parceiro do Grande Prêmio.

Segue a palavra oficial dos organizadores: “Em função do plano de privatização do complexo Anhembi, a SPTuris e a Formula E Holdings resolveram adiar o evento para a temporada 2018-2019 para permitir a elaboração do projeto levando em consideração as posições de um possível novo proprietário do Anhembi”.

[bannergoogle]Bem, nada garante que isso vai de fato acontecer, uma vez que se condiciona a realização da prova no local às “posições de um possível novo proprietário do Anhembi”. Se aquilo tudo for mesmo vendido, os novos donos podem, por exemplo, mandar fazer um heliporto gigantesco. Ou uma arena para rodeios com ar condicionado. Ou um lago para pescar carpas japonesas. Ou ainda uma montanha de neve artificial para as viúvas de Aspen.

Achei bem esquisita a justificativa, porque o processo de privatização do Anhembi — como de resto todos os outros imaginados pelo ocupante do trono da Prefeitura — está bem longe de ter um desfecho. Na prática, nem começou — o edital de licitação nem foi publicado ainda. E está tudo encalacrado por várias razões. Uma delas: um empresário reivindica a propriedade do terreno onde fica o complexo de exposições e o Sambódromo, e se a área tem mesmo um dono, a Prefeitura obviamente não pode vendê-la. É briga de meses. Anos, talvez.

A discussão sobre a venda e/ou privatização levará tempo, pois, muito mais do que os quatro meses que faltam até a data marcada para a prova. O que significa que, até março, o status jurídico do local, da SPTuris, do Anhembi, do Sambódromo e de nossas almas não será alterado, ainda que o mandatário municipal deseje leiloar tudo a toque de caixa para poder postar mais vídeos no Facebook e no Twitter exibindo sua nova coleção de cardigãs e suéteres para o verão.

A possibilidade de fazer a corrida em outro local, como disse lá em cima, não foi de todo eliminada. Haverá uma reunião do Conselho Mundial da FIA no dia 6 de dezembro e, até lá, dificilmente algo oficial será dito por parte da categoria. É possível que São Paulo apareça com um asterisco no calendário. Só acho meio complicado correr atrás disso agora.

De qualquer forma, nunca se sabe o que alguém pode tirar da cartola. Afinal, 2018 é ano de eleição e o prefeito está louco para se candidatar a alguma coisa diferente.