Blog do Flavio Gomes
F-1

VENDE A MÃE (4)

SÃO PAULO (sempre igual) – Chego com a notícia de que integrantes da Mercedes foram assaltados ontem na saída do autódromo. Os relatos, que incluem um indignado tuíte de Lewis Hamilton, mencionam armas de fogo, tiros, pânico, mas nenhum ferido, felizmente. Levaram relógios e passaportes. Há alguns anos, quem se assustou com a violência urbana […]

SÃO PAULO (sempre igual) – Chego com a notícia de que integrantes da Mercedes foram assaltados ontem na saída do autódromo. Os relatos, que incluem um indignado tuíte de Lewis Hamilton, mencionam armas de fogo, tiros, pânico, mas nenhum ferido, felizmente. Levaram relógios e passaportes. Há alguns anos, quem se assustou com a violência urbana que é patrimônio cultural desta cidade foi Jenson Button, que passou por perrengue parecido e consta que o motorista do carro em que ele estava teve de fazer manobras evasivas para escapar de uma emboscada.

[bannergoogle]Como sempre, essas coisas acontecem pela burrice ou descaso de quem comanda as polícias locais. A F-1 corre no mesmo lugar desde 1990 e desde 1990 jornalistas, pilotos e integrantes de equipes circulam pelo mesmo perímetro, que vai do autódromo aos hotéis utilizados para hospedá-los, que ficam basicamente nas regiões do Morumbi e de Santo Amaro. Sei lá, uns dez hotéis, e deles para a pista o caminho é sempre o mesmo.

Assaltantes sabem disso e se posicionam com alguma destreza e inteligência para dar o bote em horários determinados — depois que anoitece. Da mesma forma, sabem que os visitantes estrangeiros normalmente portam dólares, euros e equipamentos caros. Poderiam dar cursos para as polícias, que assim saberiam onde ficar e quando, para evitar ocorrências. O entorno de Interlagos e as rotas para os hotéis são repletos de locais perigosos, e qualquer mané local sabe quais são.

As polícias paulistas simplesmente deixam as coisas acontecerem. São de uma ineficiência exasperante. Têm toda razão de reclamar, as vítimas. Todo ano é a mesma coisa, como reclamou o tetracampeão mundial. E é mesmo.