Blog do Flavio Gomes
F-1

PAULO & RICARDO (3): A PIOR DE TODAS

RIO (salve, sol) – Não me lembro de ter visto corrida tão ruim na F-1 nos últimos tempos. E, triste dizer isso, Paul Ricard virou uma pista muito chata. A volta da França ao calendário, ano passado, foi celebrada — com razão, é um país importante, de tradição automobilística. Mas o circuito ficou tão artificial, […]

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Hamilton: vitória fácil em corrida horrível

RIO (salve, sol) – Não me lembro de ter visto corrida tão ruim na F-1 nos últimos tempos. E, triste dizer isso, Paul Ricard virou uma pista muito chata. A volta da França ao calendário, ano passado, foi celebrada — com razão, é um país importante, de tradição automobilística. Mas o circuito ficou tão artificial, não só pelo visual, que hoje acabei acometido de uma imensa saudade de Magny-Cours.

O que dizer dessa prova? Hamilton venceu depois de largar na pole e liderar todas as voltas. Só não encerrou o domingo com aquilo que se chama de Grand Chelem (olha, me desculpem; já pesquisei sobre a origem dessa expressão, mas esqueci de onde vem) porque Vettel fez a melhor volta depois de colocar pneus macios em seu carro para garantir o ponto extra. Ele estava em quinto, um ano à frente do sexto colocado, com tempo de sobra até para tomar uma dose de Ricard nos boxes.

E Lewis bem que tentou fazer barba, cabelo, bigode e depilação total com cera. Mostrando que tinha sobra em seu equipamento, foi dele a melhor volta da corrida na última das 53 do modorrento GP da França. Ao receber a quadriculada, apareceu o reloginho roxo ao lado de seu nome no gerador de caracteres da transmissão da TV. Sebastian, no entanto, com pneus fresquinhos e sem ninguém na frente, cruzaria a linha instantes depois baixando o tempo.

[bannergoogle]Pequeno consolo para a Ferrari, que conseguiu ir ao pódio com Lec-Lec em terceiro, colado em Sapattos, o segundão. Falando assim, pode-se passar a impressão de alguma emoção. Seria um exagero e uma mentira. Bottas correu o tempo todo sossegado e Charlinho só chegou mesmo na última volta. Valtteri tinha a situação totalmente sob controle. Ocorre que houve uma brevíssima intervenção do safety-car virtual para retirar um cone plástico da pista no final e quando foi autorizada a retomada do ritmo normal de corrida o finlandês estava dormindo no carro. Só por isso a Ferrari do monegasco se aproximou. “Fui pego de surpresa”, admitiu Bottas.

Praticamente não houve disputas numa corrida marcada pela estratégia-padrão de uma parada (o segundo pit stop de Vettel foi só para fazer a volta mais rápida) e realizada debaixo de sol e calor no sul da França. A largada foi altamente civilizada e, do primeiro ao quarto, cada um ficou onde estava. Para não dizer que não aconteceu nada, logo no início, a dupla da McLaren foi ultrapassada por Tião Italiano, que pulou de sétimo para quinto, e daí em diante pouca coisa relevante se passou.

À frente do alemão da Ferrari, Verstappinho foi-se distanciando e terminou em quarto, sem nunca ter ameaçado Leclerc. Atrás de Vettel chegou Sainz Jr., do time alaranjado, levando bons pontos para Woking. Ricardão, Raikkonen e Hülkenberg vieram a seguir e todos ganharam suas posições na última volta por conta dos problemas hidráulicos do outro carro da McLaren, de Lando Norris, que terminou se arrastando em décimo.

Lando ficou sem asa-móvel, direção hidráulica e engates precisos de marcha. Perdeu também o ar-condicionado e o wi-fi. O cabo USB escapou do acendedor. Um caos. Resistiu quanto pôde. A refrega da última volta foi bonita envolvendo ele, a dupla da Renault e Kimi. Limites da pista foram ignorados. Os comissários chamaram Ricciardo e Lando para a torre. Algumas horas depois de encerrada a corrida, a direção de prova deu duas punições ao australiano, que caiu de sétimo para 11º. Kimi, Hulk e Norris subiram uma posição cada e Gasly faturou o último ponto do dia, alçado à décima colocação.

Público pequeno: Paul Ricard é um erro?

As arquibancadas de Paul Ricard, sensação que tive vendo as imagens da TV, não estavam cheias. O espetáculo foi fraquíssimo, e acredito que o pessoal da F-1 deve ter percebido. Tem que fazer alguma coisa, talquei?

A Mercedes e Hamilton, claro, festejaram. Foi a 50ª dobradinha da história do time, que só perde para as 83 da Ferrari nas estatísticas. Lewis chegou a 79 vitórias na carreira e ampliou sua vantagem na classificação para Bottas: 187 x 151. Vettel vem em terceiro com 111. É claro que o campeonato acabou.

Mas domingo que vem tem mais, na Áustria.