Blog do Flavio Gomes
F-1

SOBRE DOMINGO DE MANHÃ

RIO (já tem outra?) – Gente do céu, já é sexta-feira! Daqui a pouco tem treino em Sochi! E eu ainda não fiz o rescaldão de Singapura! Para dizer a verdade, o textão de domingo ficou bem completo e faltou pouca coisa a dizer. A foto acima foi escolhida como imagem da corrida porque mostra […]

Leclerc cumprimenta Vettel: monegasco não se conformou com a vitória do parceiro

RIO (já tem outra?) – Gente do céu, já é sexta-feira! Daqui a pouco tem treino em Sochi! E eu ainda não fiz o rescaldão de Singapura!

Para dizer a verdade, o textão de domingo ficou bem completo e faltou pouca coisa a dizer. A foto acima foi escolhida como imagem da corrida porque mostra os dois grandes personagens de domingo passado. Apesar dos chiliques, é preciso dizer que Charleclé foi lá cumprimentar o parceiro. Não fez desfeita, apesar da cara feia no pódio.

No pódio: festa de um, contrariedade do outro

(O publicador do WordPress mudou e estou me atrapalhando para formatar o texto e colocar as fotos no tamanho que quero. Pode ser que saia tudo errado. Vamos ver.)

Acho que já se discutiu tudo sobre o “undercut” de Vettel sobre Leclerc, que irritou tanto o jovem monegasco. O resumo da ópera é simples: Sebastian deu uma chinelada de gente grande e ganhou a posição na pista. Depois, abriu 6s do menino arriscando o pescoço, por exemplo, para passar Gasly. O resto é choro.

Essa história de que “tínhamos combinado”, “não me avisaram” e “quem estava na frente tinha direito de parar antes” não passa de conversa fiada. Já ficou claro que a Ferrari chamou Vettel para protegê-lo de Verstappen e, de quebra, ganhar a posição de Hamilton. Se Tião conseguiu mais do que isso, palmas para ele. Sua “out lap” foi espetacular. E o time não ficou segurando o monegasco mais do que o necessário, esperando Vettel ganhar a posição. Ele parou na volta seguinte.

Os troféus do time italiano: terceira vitória seguida

Quem demorou — e por isso se estrepou — foi Hamilton. Perdeu até o pódio. Apenas um safety-car poderia ajudar o inglês, mas isso só aconteceu no fim da corrida, quando ele já tinha trocado seus pneus. As três entradas tardias do carro de segurança acabaram atrapalhando o piloto da Mercedes, que poderia desfrutar de pneus mais novos na parte final da prova. Mas as neutralizações permitiram que os três primeiros poupassem a borracha para chegar à quadriculada sem uma perda significativa de performance. E Lewis não pôde atacar ninguém.

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Muita gente falou do ritmo lento do primeiro stint. Leclerc estaria segurando a onda para poupar seus pneus, e por isso se deu mal quando Vettel parou. Meia verdade. Todos estavam lentos por uma razão bem simples: esticar ao máximo o primeiro stint com macios, para que eles aguentassem pelo menos umas 20 voltas. Aí seria possível percorrer mais 40 com apenas uma troca. Ninguém cogitava dois pit stops. Portanto, Leclerc não fez nada que os outros não tivessem feito. Vettel, inclusive. Foi um jogo de xadrez em que todos movimentaram suas peças à mesma velocidade.

Mas ficou muito claro para os bons observadores que os pneus duros novos seriam bem rápidos logo de cara quando Hülkenberg parou no início e voltou voando, num ritmo bem melhor que todo o pelotão da frente. O alemão da Renault foi um dos bons nomes da prova, terminando em nono depois de cair para último.

O NÚMERO DE SINGAPURA

…voltas mais rápidas tem na carreira, agora, Kevin Magnussen. Curiosamente, as duas em Singapura. No domingo, o piloto da Haas fez a melhor volta após colocar pneus macios no fim: 1min42s301 na 58ª passagem. Mas como terminou em 17º, não fez o ponto extra que só vale se o piloto terminar entre os dez primeiros. Foi a primeira vez que um carro de fora do trio Mercedes-Ferrari-Red Bull fez a melhor volta de um GP neste ano.

A vitória fez muito bem a Vettel, que ganhou pela quinta vez em Marina Bay — é o circuito onde ele mais venceu. Há algumas semanas, ele tinha sido esculhambado por nosso cartunista oficial, o Marcelo Masili. Agora, deu o troco.

Está perdoado, Masili! Vamos ver quanto dura esse bom momento do alemão, que claramente tirou um peso enorme dos ombros. Não vencia desde a Bélgica no ano passado. Foram 22 GPs de jejum. A Ferrari voltou a fazer uma dobradinha pela primeira vez desde a Hungria/2017 e não vencia três seguidas desde 2008.

O jogo virou, diria minha namorada.

A FRASE DE MARINA BAY

Hamilton e Bottas: Mercedes relaxou

“O que esta corrida nos mostrou é que a Ferrari está mais faminta por vitórias do que a gente.”

Lewis Hamilton dando um ligeiro puxão de orelhas na Mercedes, que venceu apenas uma das últimas cinco corridas da temporada.

Tema que não abordamos domingo foi a história de mexer no formato dos finais de semana de GP no ano que vem. Fala-se até numa corrida mais curta no sábado para formar o grid de domingo. “Quem será o gênio que pensou nessa merda?”, perguntou Vettel.

Ross Brawn, hoje diretor-técnico da categoria, falou que algumas coisas serão testadas em 2020, mas apenas em algumas corridas: “Queremos melhorar o espetáculo. Ainda não sabemos exatamente o será experimentado, mas é o momento para isso e todos sabem que na F-1 só dá para testar na pista. Muita coisa que teoricamente funciona no papel acaba não dando certo quando levamos para um GP. Estamos estudando tudo”.

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E vamos encerrar? 

Giovinazzi: líder improvável

GOSTAMOS – De ver Giovinazzi >>> liderando 4 voltas da corrida. Foi o primeiro italiano a liderar um GP desde Fisichella na Bélgica em 2009, pela Force India; primeira vez que uma equipe de fora do trio Mercedes-Ferrari-Red Bull anda em primeiro desde 2015, quando Bottas chegou a liderar o GP da Inglaterra com a Williams; e a Alfa Romeo voltou a pontear uma corrida depois de 36 anos — De Cesaris andou na frente em Spa por 18 voltas em 1983 carregando o “cuore sportivo”.

Max: tá bom, mas tá ruim

NÃO GOSTAMOS – De <<< Verstappen. Mas como, ele chegou em terceiro! Ah, sei lá. Na verdade, esperava mais da Red Bull numa pista de baixa velocidade. Faltou protagonismo. No fim das contas, Max fez uma corrida discreta, embora boa o bastante para levá-lo ao pódio depois de duas atuações apagadas nas últimas corridas. Foi bem, mas foi mal. Deu para entender? Eu também não.