Blog do Flavio Gomes
Imprensa

ACABOU MESMO

RIO (o mundo, como o conhecemos) – Talvez muita gente nem se lembre mais da “Playboy”, na velocidade das coisas atualmente. Fatos de cinco, dez anos atrás parecem séculos distantes no tempo. Objetos que até outro dia eram de uso cotidiano como máquinas de escrever, fax, LP, CD, iPods ou filmes fotográficos necessitam de explicações […]

RIO (o mundo, como o conhecemos) – Talvez muita gente nem se lembre mais da “Playboy”, na velocidade das coisas atualmente. Fatos de cinco, dez anos atrás parecem séculos distantes no tempo. Objetos que até outro dia eram de uso cotidiano como máquinas de escrever, fax, LP, CD, iPods ou filmes fotográficos necessitam de explicações quando citados. Hoje parece que tudo se resume ao que existe no celular.

Relembrando, então.

Depois que a Editora Abril entrou em parafuso, um dos títulos que torrou no mercado foi da famosa revista lançada nos EUA em 1953 por Hugh Hefner — “publisher” que morreu em 2017. No fim de 2015, a “Playboy” brasileira foi comprada por uma obscura editora do Paraná que a relançou no ano seguinte. Não deu certo, claro, e em julho de 2018 a matriz americana rescindiu o contrato de licenciamento com a tal editora em meio a escândalos de uso indevido da marca e denúncias de colaboradores. Aqui tem um bom relato desse fim melancólico assinado por Eduardo Quintino Filho.

Silenciosamente, a “Playboy” brasileira morreu, assim como a Abril — cuja debacle também não causou comoção, pois que foi apagando aos poucos junto com todas suas revistas e graças à iniquidade editorial puxada pela abjeta “Veja”.

Agora, a edição impressa americana deixa de existir também. Como tem acontecido com todas as revistas que vêm sendo descontinuadas nos últimos anos, o anúncio do fim vem acompanhado de pomposos planos de seguir a vida nas “plataformas digitais” com “conteúdos especiais adequados aos desejos dos leitores na nova realidade do mercado”.

Em outras palavras, vai acabar de vez.