Blog do Flavio Gomes
Cinema

APENAS UM ENCONTRO

RIO (clássico) – Sem GP em Mônaco hoje, Charles Leclerc foi “dirigido” pelo cineasta Claude Lelouch para uma espécie de refilmagem do clássico “C’était un rendez-vous” pelas ruas do Principado. Com diferenças enormes para 1976, a começar pela paisagem. Lelouch, 44 anos atrás, fez uma adorável maluquice colocando uma câmera na frente de uma Mercedes […]

RIO (clássico) – Sem GP em Mônaco hoje, Charles Leclerc foi “dirigido” pelo cineasta Claude Lelouch para uma espécie de refilmagem do clássico “C’était un rendez-vous” pelas ruas do Principado. Com diferenças enormes para 1976, a começar pela paisagem. Lelouch, 44 anos atrás, fez uma adorável maluquice colocando uma câmera na frente de uma Mercedes 450SL com um gigantesco V8 de 6,9 litros e saiu feito um louco por Paris. Eram 5h30 e a cidade amanhecia. O filme dura cerca de nove minutos, não tem uma palavra sequer e termina quando ele encontra a namorada. Era só um encontro, como diz o título.

Muitas lendas se criaram em torno desse filme, entre outras coisas porque o ronco do motor do carro não é da Mercedes, mas sim de uma Ferrari 275GTB — a única edição da fita, pois, foi sonora; nas imagens, não há truques ou cortes. Ninguém soube com certeza, até poucos anos atrás, quem dirigiu o carro. Especulou-se que poderia ter sido algum piloto de F-1 amigo de Lelouch, como Jacky Ickx ou Jean-Pierre Beltoise. Mas foi o próprio cineasta quem cometeu as barbaridades mais ou menos controladas.

Leclerc fez algo parecido hoje, desta vez com uma Ferrari, mesmo, e com todo o trajeto bloqueado pela polícia. O resultado será bacana, claro. Mas nunca como naquela manhã de 1976 em Paris.