RIO (correndo, as always) – Essa imagem aí em cima e todas as correlatas serão as que guardaremos do GP da Inglaterra de 2020, domingo passado. Uma corrida de três voltas, emoções concentradas no final graças aos estouros dos pneus de três pilotos, um deles o líder da prova e na última volta.
Hamilton meio que já é campeão, né? Então, como digo sempre, que torçamos para boas corridas. Campeonatos com enorme domínio de alguém sem que outro alguém brigue pelo título são previsíveis e a previsibilidade nunca é boa para esporte algum. Paciência. Hamilton não tem culpa de ser tão bom.
O NÚMERO DE SILVERSTONE
Outro número que merece ser mencionado é o de 154 pódios de Lewis, que agora fica a apenas um de empatar com o piloto que mais troféus ganhou na categoria, Schumacher. Essa é uma marca que não demora muito para cair, todos concordamos. Só para registrar, a lista dos pilotos que têm pódios na casa de três dígitos: Schumacher (155), Hamilton (154), Vettel (120), Prost (106) e Raikkonen (103). Senna é o brasileiro com mais pódios (80) e ocupa a sétima posição no ranking. Barrichello, com 68, é o oitavo.
A vitória de Hamilton foi marcante, claro, porque não é todo dia que o líder de uma corrida estoura um pneu na última volta. Normalmente, o desfecho dessas coisas é péssimo para o infeliz que vê sua borracha voando. Perde-se a corrida. A proeza de andar com três rodas, porém, deve ser relativizada. A gente cansou de ver piloto guiando assim até chegar aos boxes — Bottas fez isso domingo mesmo, uma volta inteira. O que tornou o episódio histórico foram as circunstâncias e o resultado final. E nosso cartunista oficial Marcelo Masili pescou com a maestria de sempre o momento — o hedonista Lewis na infância e na idade adulta, com o detalhe de que, segundo a Mercedes, na reta Hangar o rapaz chegou a 230 km/h com o pneu murcho.
Dois fatos que acabei deixando passar no textão de domingo com o relato da corrida: a Renault lavrou novo protesto contra a Aston India (vai fazer isso até o fim do ano, ou até a FIA dizer que não tem problema copiar carro dos outros) e o execrado Kvyat, que causou o segundo safety-car da prova, foi inocentado da suposta barbeiragem por uma imagem da câmera de seu carro que mostra o pneu traseiro direito furado na hora em que ele roda e bate. Tá perdoado, camarada.
A FRASE DA INGLATERRA
Tem alguma coisa muito errada aqui. Ou com o carro, ou comigo.
Hoje é tudo na pressa. A seguir, três singelas imagens da prova com três singelas legendas:
Por fim, os mascarados da Red Bull garantiram um interessante efeito estético nessa foto dos mecânicos acompanhando a chegada de Verstappen ao Parque Fechado. É um registro dos tempos estranhos que vivemos.
E terminamos com nosso tradicional tribunal do dia seguinte…
GOSTAMOS – …de ver Pierre Gasly >>> partindo para cima de todo mundo, especialmente Vettel e Stroll, para terminar em sétimo com o carro da AlphaTauri, que não é grandes coisas. Nada, nada, o francês tem 12 pontos em quatro corridas e está na frente de Vettel, que tem 10. E Kvyat, seu companheiro, marcou apenas um.
NÃO GOSTAMOS – …do desempenho sofrível de <<< Lance Stroll, apenas nono colocado depois de um bom sexto lugar no grid. Tem carro para mais do que isso, claro. E, de quebra, não gostamos também de ver o outro carro da Martin Point nem conseguir sair dos boxes. Hülkenberg precisa tomar uns passes.