RIO (haja estante) – Já que o recorde do dia foi o de pódios, que seja do pódio a foto mais marcante do GP da Espanha. São 156 troféus para Lewis Hamilton em 256 GPs disputados, uma incrível taxa de 61% de presenças entre os três primeiros colocados.
Mas separei outros números impressionantes do inglês, considerando a ampliação do recorde de 39 corridas seguidas nos pontos. Desde que chegou à Mercedes, em 2013, Lewis disputou 146 GPs pela equipe alemã. Foram apenas oito abandonos, a saber: Japão/2013 (acidente), Austrália/2014 (motor), Canadá/2014 (freios), Bélgica/2014 (abandono depois de um toque com Rosberg no início da prova), Singapura/2015 (motor), Espanha/2016 (acidente), Malásia/2016 (motor) e Áustria/2018 (pressão de combustível). 146-8 = 138. E nessas 138 provas restantes, sabem em quantas Hamilton pontuou? 137. Cento. E. Trinta. E. Sete. A única corrida que ele terminou fora dos dez primeiros foi na Espanha em 2013: 12º lugar.
É realmente prodigioso. Antes da quebra em Spielberg/2018, seu último abandono, foram outras 33 provas nos pontos.
Isso mostra, claro, que os carros da Mercedes nestes anos todos são muito confiáveis e tal. Mas mostra, igualmente, que Comandante Amilton erra muito pouco. Pouquíssimo. Quase nunca. É uma máquina de pilotar. E difícil de deter. Como pergunta nosso cartunista oficial Marcelo Masili.
Está em grande fase, o Masili. Porque haja criatividade para encontrar alguma coisa diferente que possa ser transformada em charge em tempos tão repetitivos, quando se trata da F-1. O domínio mercêdico-hamiltoniano é absoluto.
O NÚMERO DA ESPANHA
Vettel foi eleito o “piloto do dia” pelo amigo internauta com 29% dos votos. A confusão com a equipe pelo rádio foi daquelas épicas, com o time primeiro pedindo para ele acelerar (e ele perguntando se isso não ia acabar com os pneus) e, depois, perguntando se daria para chegar até o final com aquele jogo de macios (“pombas, eu perguntei isso três voltas atrás, agora vamos, não temos nada a perder mesmo…”, suspirou um conformado Tião Italiano, que obviamente não disse “doves” no início da frase, é apenas licença poética). Foram 37 voltas com a borracha gosmenta da Pirelli, que não foi pensada por seus engenheiros para durar tanto. Durou, mas no fim dava dó.
Isso para não falar das previsões fantasiosas de chuva passadas ao alemão pelo rádio, o que quase me faz acreditar em meu informante secreto Gola Profonda — que disse que era Leclerc conversando com ele no lugar do engenheiro, para zoar. Até me mandaram essa foto aí do lado, mas desconfio que ela tenha sido tirada em outro contexto.
Escolhi lá em cima os pontos da India Point como número mais expressivo da corrida, mas não podemos deixar de registrar aqui que o glorioso Valtteri Bottas atingiu uma marca redonda com seu terceiro lugar em Barcelona: 50 pódios. Ele está bem longe dos líderes dessa estatística, ocupando o 15º lugar no ranking ao lado de Jenson Button. Mas tal quantidade de troféus já o coloca à frente de nomes históricos da F-1, como Jackie Stewart (43), Juan Manuel Fangio e Emerson Fittipaldi (35).
Bottas, que renovou com a Mercedes por mais uma temporada, tem uma boa chance de se colocar entre os dez maiores ganhadores de taças até o final de 2021. Precisa de mais dez para empatar com Nelson Piquet. Logo, logo passa Hakkinen (51) e Lauda (54).
Puxa vida, quem vê as fotos do menino gordinho de bochechas rosadas naquela fotografia da escola ao lado da tia Kyllikki no primeiro ano primário jamais poderia imaginar que ele chegaria tão longe!
A FRASE DE BARCELONA
“Não sei.”
Romain Grosjean, 5º colocado nos treinos livres de sexta, quando perguntaram o que ele tinha feito no carro da Haas para andar tão bem
Alguém escreveu no Twitter, e achei plausível, além de engraçado, que Grosjean e Magnussen, na verdade, não são contratados da Haas, mas sim da Netflix — para garantir nossas risadas nas temporadas de “Drive to Survive”. Selecionei a frase do francês como a mais divertida do fim de semana, mas queria mesmo era arrumar um pretexto para mostrar a vocês o trabalho desse cara aí embaixo:
Sim Dane é um garoto da Dinamarca que compõe memes musicais tendo a F-1 como pano de fundo. Os vídeos são engraçados demais! E o cara é muito talentoso. Tem até um vídeo em seu canal em que ele explica como escreve e grava as músicas — é ele quem canta — e edita o trabalho. Foram alguns dos nossos blogueiros que deram a dica nos comentários. Virei fã. Dane é rápido e o vídeo do GP da Espanha já está no ar (esse aí em cima é uma zoeira master com Grosjean e Maldonado). A parte em que ele parodia “Bohemian Rhapsody” é simplesmente sensacional.
E fechamos com nosso famoso termômetro, que hoje vai um pouco além de gostar ou não gostar de alguém. Vou aproveitar para contrabandear mais um recorde importante.
GOSTAMOS
…de ver Kimi Raikkonen >>> bater o recorde de quilometragem na categoria. Na 37ª volta do GP da Espanha ele superou os 83.846 km percorridos por Fernando Alonso e se tornou o ser humano que mais andou em corridas de F-1: nada menos do que 83.978 km dentro de um carro dando voltas e mais voltas. Aliás, o recorde de voltas completadas ele bateu na prova anterior e já tem 16.910, contra 16.825 de Michael Schumacher, agora segundo no ranking.
NÃO GOSTAMOS
…do desempenho pífio da <<< Renault, que terminou com Ricciardo em 11º e Ocon em 13º, deixando de pontuar pela primeira vez no ano. O time francês ocupa a sexta posição entre as equipes com 36 pontos. O mau resultado pode ser atribuído à estratégia equivocada de apenas um pit stop — na volta 34 para o francês e na 35 para o australiano. Obviamente deu errado.